quinta-feira, 14 de junho de 2012

As Festas Juninas.

Uma pequena História cultural sobre as Festas Juninas. Suas origens, resistências e detalhes que compõe a cultura do Brasil. Segundo alguns historiadores as origens destas comemorações são oriundas dos cultos pré-cristãos, que celebravam os ciclos lunares e solares, que estão ligados a vida agrícola, dos quais os homens daquela época estavam sintonizados. Principalmente os períodos de colheitas e das mudanças das estações, em destaque os solstícios, que comemoravam as transições sazonais. Nestas comemorações que podemos observar as reminiscências do Culto ao Fogo, em que se acendiam as fogueiras e as saltavam por cima delas para celebrar o solstício de verão europeu e a vitória da luz sobre a escuridão. Com o domínio do cristianismo, que em um primeiro momento perseguiu e recriminou, para depois adotar, pois esta manifestação cultural possui força e serão colocados nestas datas os santos /mártires da cristandade católica, principalmente a figura de São João Batista, antecessor de Jesus Cristo de Nazaré, que em virtude de seu nascimento. Segundo o conto popular, Isabel, prima de Maria, mandou seu marido, Zacarias, acender a fogueira para avisar o nascimento de João, sei meses depois seria a vez de Jesus Cristo. Como ocorreu uma assimilação dos cultos pagãos nas celebrações pode ser observado que durante o solstício de inverno (no hemisfério sul) realizam-se as comemorações referentes a São João Batista e outros santos, enquanto no solstício de verão (no mesmo hemisfério) é comemorado o nascimento de Jesus Cristo de Nazaré, que analogamente eram comemorações referentes às mudanças de estações. Embora tenham sido perseguidas, as comemorações e suas práticas, como a dança – quadrilha e dança de salão - recreações, comidas típicas, encenação de casamento caipira e adivinhações foram assimiladas pelas suas forças, em virtude disto as Festas Juninas perduram até os dias de hoje. E foram acrescentando hábitos e costumes dos povos no Brasil. Apesar das danças terem sido uma prática originada pela nobreza, ocorreu assimilação e adaptação por parte da sociedade, que realiza em suas Festas Juninas a execução das danças, mas no lugar da fidalguia, com sua elegância, os executores da quadrilha junina são os caipiras, o sertanejo. Assim sendo, pode ser contemplado uma colaboração da nobreza e das classes altas na cultura. Portanto, esta é uma manifestação popular que ultrapassa o limite ou a idéia (ilusão) de classes. Por isso as Festas Juninas são as mais populares de todas as festas, por sua força e tradição. Porém não só a Igreja Católica a assimilou como também foi adotada por outras linhas cristãs e outras religiões, com o objetivo de dialogar com a cultura vigente e com o povo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Para que serve a História e a quem ela serve? - HISTÓRIA

“Professor!!! Para que me serva a História?” – Pergunta de um aluno do segundo segmento do Ensino Fundamental. A história é a ciência do homem no tempo, ou seja, o ser humano tem historicidade. A História nos serve para colocar na memória os passos da humanidade, nos identificar no tempo e espaço; apresentar os processos de formação de uma civilização, através da dinâmica de causa e efeito; narrar a vida dos homens de antanho; compreender os processos de mudanças e permanências dos fenômenos sociopolíticos e culturais e, enfim, fazer entender os devires históricos dos homens, para não cometerem os mesmos erros, além de indicar a grandeza dos gigantes de antanho e seus exemplos morais, rumo a eternidade. Depois de ser explicada, a serventia da História, se faz necessário citar, com seriedade, as dificuldades que se apresentam nas aplicações das aulas de História. Esta ciência se tornou alvo da indiferença, do escárnio e da corrupção ideológica. O público em sua preguiça, arrogância e imaturidade desprezam o conhecimento histórico e o profissional que o explana. A ralé dá muito mais preferência aos sentimentos desnecessários, a futilidades e ao imediatismo. Buscam na internet, através de sites errados, informações incompletas. A triste verdade é que as Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia), algumas Ciências da Natureza (Física, Química e partes da Biologia), com exceção da Matemática (parcialmente) e Programa de Saúde, não atendem ao público, porque é demais para suas primitivas e oligofrênicas mentes, pois não há interesse. Talvez fosse melhor voltar com os Estudos Sociais, Moral & Cívica e O.S.P.B (Organização Social e Política Brasileira – este para o Ensino Médio), em virtude da imaturidade e incapacidade mental da plebe. Como foi explicada a serventia da História agora nos concentremos na analise para quem serve. Segundo os iluministas (pensadores do Séc. XVIII), que iniciaram um movimento de laicização do conhecimento, mas que em um primeiro momento, o conhecimento era dirigido aos burgueses, em virtude de seu destaque social, e aos líderes, que possuíam, ainda, as virtudes e preparos para governar a sociedade – os então, Déspotas Esclarecidos. Devido a esta laicização e, posteriormente, ocorreu a vulgarização do conhecimento. Vulgarizar é levar o conhecimento a todos, porém esta massa não estava disposta a receber o conhecimento histórico. Segundo Confúcio, se faz necessário lapidar os sábios e educar os atrasados. Porém o povo se assenhoreou de tudo, de maneira usurpadora, objetivando os deleites sem herdar as angústias, como nos explicou José Ortega y Gasset, em outras palavras queriam os fins, o prêmio, sem passar pelo processo de conquista. O homem contemporâneo em sua arrogância e fome desejou o poder, satisfação imediata e a riqueza. O povo não conquistou nada, lhes foi concedido, por não conquistar desprezou o que lhe foi dado, depredando o patrimônio cultural. A História para o povo é um bem, uma ciência sem valor. Já nas mãos dos esclarecidos, dos aristocratas e dos dirigentes é uma ferramenta valiosa para compreender e utilizar. Em síntese a História serve aos sábios e aos heróis e sua utilização é para compreender o devir histórico, realizar a Paidéia e manter a civilização.

Para que servem os livros? - Literatura

“Livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são os homens. Livros mudam os Homens” – frase atribuída a Mario Quintana, possível autoria de Caio Graco, estadista romano (Séc. II a.C. ou Séc. II A.E.c.). Cerca de uma década e meia foi ventilado pelos governos a propaganda: “Brasil, um país de leitores”. Isto foi um incentivo para que as pessoas passassem a ler mais, fosse um jornal, uma revista ou um livro, com o objetivo de tornar o povo mais culto, além de tornar a cultura mais acessível ao povo. Embora sempre houvesse uma resistência velada, quase abertamente, por parte do povo, em virtude de seus desinteresses, imaturidades e orgulho em serem medíocres. O pior de tudo é que ocorre um incentivo, por parte de empresários, estadistas e “celebridades” para fazer as pessoas abandonarem o hábito, já escasso, da leitura. Tal abertura trouxe pouco interesse, até porque nas viagens de coletivos e transporte de massas podemos ver poucas pessoas, com livros nas mãos, realizando suas leituras; concentrados até a chegada de seus destinos. Mas...para que servem os livros?O que o brasileiro esta lendo? Qual o tipo de Literatura? Os livros são, justo as grandes invenções, guardiões do conhecimento; alicerces para a formação do pensamento próprio; narradores da epopéia humana; lembretes de nossas tolices e estupidez e, serve, para registrar idéias, para registrar idéias, para que estas jamais se percam. Assim como também nos servem com arautos dos gigantes do passado, de suas vozes, que são ondas divinas da essência (o Inominável – os Devas – O Dharma), que nos inspiram a caminhar na trilha para a Sabedoria. Além de preencher nossas mentes com os saberes, nos momentos de ócio. Ler um livro é um ato civilizatório, como disse uma vez o jornalista Diogo Mainardi, ninguém abre um livro impunemente. Porém, para se adquirir civilização através da leitura, se faz necessário ler os clássicos, pois são estas obras os receptáculos da civilização, sabedoria e valores atemporais. Mas, os brasileiros têm lido livros consumíveis, ou seja, livros de qualidade duvidosa... Perdoem este colunista, honrado (a) leitor (a)... Pois, como afirmava o monge budista do Séc. XIII – Nichirem Shonin – “Não despreze o ouro pro estar contido em uma bolsa imunda”. Porque as pessoas precisam começar por algum lugar, mas sempre deve ler os clássicos. Ninguém pode ficar no trivial e frívolo. Uns dos piores problemas nos livros e dos autores atuais são a falta de qualidade e as apropriações indevidas de alguns autores, que pegam as idéias dos gigantes de antanho, um grande autor, e colocam seus nomes no lugar deles e não faz a referência devida. Lógico que o autor precisa ter uma idéia original, para não ser um repetidor, embora vá se deparar com uma idéia proposta ou pérola de sabedoria de algum sábio ou mestre ascensionado. Por isso os clássicos são e serão eternamente as bases das literaturas e das idéias. São neles que encontramos a qualidade (a primeira necessidade para a formação do pensamento correto) da informação e conhecimento universal. Não importa quantos livros leiamos se não tivermos tempo livre (segunda necessidade) para observarmos, entendermos, investigarmos e raciocinarmos corretamente, sobre a obra lida. Desta forma obteremos o domínio correto das ciências. Porém, não basta lermos e pensarmos se não nos der o direito de agirmos baseados no que aprendemos (terceira necessidade). Sendo assim os livros são os receptáculos do conhecimento, mas para isto devemos ler os clássicos, e servem como pontes para a Paidéia.