quinta-feira, 22 de maio de 2014

Profissionais da História


“Sou formado em História, mas não quero dar aula” - palavras de um formado em História.
História
Um dos maiores equívocos de nosso povo é a idéia de que a pessoa formada em História é professor desta ciência e que atende somente a questão do magistério referente a esta “matéria”.
Contudo, este desconhecimento é uma idéia minimizadora sobre esta ciência e os profissionais relacionados à História.
A História como foi explicado no artigo “Para que serve a História e a quem ela serve?”1 foi explicado o que realmente é esta ciência, a sua serventia e a quem realmente ela atende. Neste artigo vamos apresentar quem são os profissionais que trabalham com a História.
Comecemos com o historiador, esta profissão tão desrespeitada e ignorada pelos brasileiros, cujo ofício se assemelha a de um detetive2, na investigação dos fenômenos históricos, na interpretação dos registros deixados pelos gigantes de antanho e no diálogo com eles e as fontes históricas na missão de encaminhar os homens ruma a civilização.
Temos ainda os genealogistas que pesquisam as raízes familiares, as ancestralidades e as histórias de família, símbolos heráldicos, relacionando-os com as virtudes e potencialidade de seu patriarca/matriarca, a fim de manter os homens conectados com suas heranças genéticas, com suas identidades familiares e sociais e honrar os ancestrais3.
Os arqueólogos são historiadores que pesquisam desde civilizações antigas até povos primitivos, como os povos nômades ágrafos e interpretam os Modus Vivendi no intuito de contar como aconteceu a historicidade e devir histórico naqueles períodos imemoriais. Realizando o mesmo diálogo dos historiadores como seu objeto de estudo.
Genealogia
Contudo, a Arqueologia foi classificada como uma ciência auxiliar, mas como ciência é uma ferramenta importante na investigação dos primórdios dos passos da humanidade, pois como explica a sua etimologia: Arque (Arché) – primitivo, primeiro, primórdios e Logia (Logos) – conhecimento, estudo. Ou seja, ela é o estudo dos primórdios e é uma ferramenta investigativa importante na História e utiliza a linguagem da Antropologia como base no seu Modus Operandi de pesquisa.
Os paleontólogos estudam um período muito mais antigo, considerado como a “juventude do Planeta”, e investiga a vida antiga no mundo, mais precisamente as vidas animais e vegetais e a formação mineral do planeta relacionando com os processos de mudanças sofridos pelos seres e pela Natureza. Também foi considerada como ciência auxiliar e classificada como História Natural, em virtude de seu diálogo interdisciplinar com a Biologia e seus estudos de animais e plantas antigos - os fósseis.

Porém, estes não são os únicos profissionais que trabalham com a História, pois eles trabalham em outras áreas relacionadas a esta ciência, como a guarda, restauração e conservação e exposição.
Como guardas dos registros documentais primários temos os arquivistas, que com seu ofício de guarda, classificação, organização e acondicionamento de documentos colaboram com a memória e o trabalho de investigação histórica.
museólogo é o profissional que trabalha com a guarda, catalogação, organização e exposição de acervos materiais históricos e artísticos, pois como foi explicado no artigo sobre os Museus4, estes são os templos e as moradas das Musas, que guardam a História e as artes dos homens de antigamente. Mais uma vez a memória tem um lugar garantido e o trabalho do historiador é fundamental para o Museu e o museólogo.
Entretanto, nos bastidores da História, mais precisamente no trabalho de restauração e conservação das fontes e acervos guardados ou expostos. São os tecnólogos de conservação e restauro em bens culturais, uma profissão que por descuidado, maldade e falta de carinho ficaram ignorados no seu ofício de restaurar e conservar os objetos materiais da História.
Com relação a esta profissão da área tecnológica, precisamos respeitar e honrá-los devidamente, pois na verdade este ofício e seu curso de formação sumiram dos quadros de cursos oferecidos em todos os institutos politécnicos da maioria dos Estados do Brasil, sobrando apenas no Estado de São Paulo. Este curso profissionalizante atende a demanda de trabalho na manutenção de patrimônios históricos e culturais5.
Caro leitor, não esquecemos do professor de história, porém faremos uma consideração crítica sobre esta profissão, pois se tornou desnecessário nos curriculum escolares, pois ao público oligofrênico, estupido, instintivo, ignóbil, anacrônico, animalesco e ignorante não se interessa em História. E os professores de História estão perdendo seus tempos e seus potenciais em discursos para uma plebe arrogante.
Sendo assim os cursos universitários de História precisam se concentrar em formar Eruditos em História, pois descobrimos que as pessoas precisam de maturidade para se interessar e estudar História para lapidarem a sua cidadania6.
Desta forma a História como ciência no Brasil é desvalorizada, pois o povo brasileiro não fará sua reflexão histórica, já que não se vê como um agente histórico e estará eternamente preso a sua Roda de Samsara e anestesiado nos braços de Maya (ilusão).
Notas e referência bibliográficas:
2BLOCH, Marc - Introdução a História – Editora Europa América – Pág. 128 e 129.
6CONFÚCIO - Os Analectos - L&PM Editora -2008 - São Paulo - S.P. - L.II - v. 23 - pág. 53.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Da Família Imperial aos funcionários públicos: a destruição das imagens na História.

 O discurso na História tem o verdadeiro objetivo de expôr os fenômenos históricos e seus agentes como objeto de estudo e apreciação da memória social. Contudo a partir do momento em que se faz um discurso voltado a um interesse ideológico, seja partidário político ou sociopolítico ou institucional religioso (fanatismo), teremos a desconstrução das verdades históricas, ou seja, tronar a História um discurso retórico e tendencioso, que neste caso específico a torna uma mentira.
Este fato ocorreu com a desconstrução da Família Imperial após a queda da Monarquia no Brasil, em que o regime republicano se empenhou em retirar das vistas do público todos os símbolos da monarquia e denegrir a imagem dos membros da Família Imperial expondo e maximizando seus pequenos defeitos.
Atitude este, tomada tanto pelos primeiros republicanos como por historiadores de esquerda, pois existe entre eles um Modus Operandi na destruição da memória e na deformação do discurso, a fim de alterar a História em favor das oligarquias e oclocracias na construção de si mesmos como “salvadores da Pátria”.
A mesma coisa acontece com os servidores públicos, que atualmente passam por um processo de perseguição, desvalorização e extinção. Tanto o público quanto os políticos criaram a imagem de “servidor público vagabundo e armador”, pois quem se esforça em não trabalhar são os políticos e o próprio povo, que através do estratagema retórico de Lênin:
Xingue-os do que você é , e acuse-os do que você faz!!!”
Pois quem deseja o fim dos servidores públicos são aqueles que querem estar no lugar deles para não trabalharem.
A ideia dos servidores públicos e dos concursos de ingresso partiu do Sábio de Lu, Kung-fu Tsu (Confúcio), que almejava um Estado gerido e administrado por pessoas capazes, honradas e por cavalheiros. Platão foi mais taxativo sobre os benefícios dos servidores, pois para este filosofo grego o Estado deveria suprir as necessidades mais básicas – comida, moradia, vestimentas, moradia e recursos para o trabalho, com condições para exercer seus ofícios.
O Imperador D. Pedro II e sua Filha a princesa Dª. Isabel, sempre tiveram respeito e bom trato com os servidores públicos a fim de promover um bom funcionamento no Estado.
Getúlio Vargas regulamentou esta função através da formação do Estatuto do Servidor Público e instituiu os concursos públicos no Brasil. Como foi citado no artigo anterior sobre os pijânio de Jânio Quadros1, na edução e na formação do servidor público e sua valorização deste profissional.
Desta forma as imagens da Família Imperial e dos servidores públicos, foram alteradas de forma a denegri-los. A História foi alterada e é necessário a investigação sobre os fenômenos históricos, pois algo esta errado. A Família Imperial era muito querida e amada e o povo grato por seu trabalho civilizatório. A História se repete com os servidores públicos.
Portanto devemos retomar nosso processo civilizatório, desvelar a realidade oculta, valorizar os servidores públicos e compensar a Família Imperial.
Notas: