sábado, 17 de janeiro de 2015

Epiteto: Filósofo e escravo.

Quando falamos sobre a Filosofia Estoica, a primeira coisa que nos vem a mente é a palavra austeridade. A segunda são os filósofos estoicos romanos mais importantes: Sêneca, Epiteto e o Imperador Marco Aurélio. A terceira coisa que vem nas mentes dos esclarecidos é a relação entre o Estoicismo e o Cristianismo, pois esta filosofia greco-romana serviu de base para a conduta moral no Cristianismo.
Este fato gera uma discussão entre fanáticos, cristãos moderados, filósofos e historiadores da cristandade. Porém, voltemos a nossa atenção para um dos mais importantes filósofos estoicos, em virtude de sua condição de escravo, e que o tornou uma figura ignorada na História da Filosofia, tanto por parte de uma classe intelectual como por parte da plebe analfabeta funcional, grosseira, ignóbil, imoral e bestializada.
Mas antes de falarmos deste filosofo, precisamos enxergar o cenário histórico vivido por ele, compreender a Filosofia aprendida e aplicada por Epiteto, que ele ensina depois sua liberdade. Este sábio homem, viveu em uma Roma Imperial que passava da transição do Imperador Cláudio para Nero, considerado um dos piores imperadores romanos, por viver de forma luxuriosa e ter sido um tirano que levou o medo a outras províncias do Império, pela perseguição aos cristãos, por se cercar de homens (assessores) brutais, assassinato de sua mãe, parentes e outros, pelo incêndio de Roma e, da seguida, tomada de posse desta área queimada a fim de construir um área de passeio e do Palácio Pessoal.
Nero ainda condenou a morte seu próprio professor, o filosofo Lúcio Anneo Sêneca, que cortou seus próprios pulsos a fim de cumprir a pena dada pro seu ex-discípulo1.
Desta forma podemos observar o terrível quadro desta época. Em uma Roma caracterizada pela Tirania, violência, loucura e luxúria.
Neste exato momento vigorava entre as mentes mais brilhantes de Roma a Filosofia Estoica, surgida em meados do Séc. III a.C., em uma galeria publica decorada com preciosas pinturas (Stoa Poikolé), em Atenas em que Zenon de Kitium (fundador desta escola) se reunia com seus discípulos para ensinar suas doutrinas.
Estas doutrinas tinham suas raízes no Socratismo e na filosofia Heraclitiana2. A doutrina filosófica do Estoicismo tinha como característica a serenidade do filósofo, sentido de dever, da austeridade e a força moral, a fim de alcançar a felicidade espiritual, algo semelhante ao Nirvana, a Eudamônia (felicidade) oriunda daAtaraxia (tranquilidade, Dyanna3) – tais métodos podem ser comparados ao Zen.
A partir do Séc. I d. C. O estoicismo migra para Roma, através de Posidônio de Apamea, que fez amizade com homens ilustres de Roma com Cícero, Pompeo e Mário. Esta escola se destacou em Roma e marcou a Filosofia sendo conhecida como “Novo Estoicismo” ou “Estoicismo Imperial”. Lançada as sementes em Roma, alguns filósofos desta escola se destacaram.
Contudo, neste presente artigo abordamos a figura de Epiteto entre os filósofos estoicos de Roma.
Nascido na Frígia em c. 50 d.C., na cidade de Hierápolis de forma obscura, em virtude de sua origem social, tendo uma juventude laboriosa e dura, pois foi escravo de Epafrodito, secretário de Nero, que fora um amo ambicioso e cruel submetendo o filósofo a maus tratos freqüentes4. Porém, mesmo nesta miserável condição, Epiteto fez de sua dor e da sua situação a mola motriz para a prática dos ensinamentos do Estoicismo a fim de aprimorar seu caráter provando que independente de tantas e ciclópicas5 adversidades a sua alma imortal era independente e dona de si.
Epiteto foi alforriado após a morte de Epafrodito e passou a divulgar a doutrina estoica, porém, ele fora de Roma em virtude do Édito Contra os Filósofos do Imperador Domiciano (90 – 120 d. C.). Mesmo exilado continuou ensinando a Filosofia Estoica ao ponto de alcançar renome. Seus ensinos foram recolhidos e transcritos por seu discípulo Flávio Arriano – O Enkeridion (manual para a Vida) e os Discursos.
Epiteto foi amigo pessoal do Imperador Adriano ( 117 - 138 d. C), consagrou-se como um filósofo estoico por causa de sua aura e Modus Vivendi virtuosos.
Desta forma honrado (a) leitor (a) este artigo faz a justa divulgação e manutenção da vida e obra de Epiteto, pois não ele deve ser desprezado por causa de sua condição social e pelo trabalho realizado assim como outras pessoas em atual situação idêntica a de Epiteto, pois nossa sociedade valoriza as aparências, as posses materiais e o Status Social, desprezando o sábio, virtuoso e coerente trabalhador.
Como afirmou uma vez um monge budista japonês do Séc. XIII – Nichiren Shonin (16 de fevereiro de 1222 – 13 de outubro de 1282): “Não devemos desprezar o ouro por estar contido em uma bolsa suja”.
Notas e referências bibliográficas:
1N.A (Nota do Autor) – Tal ação foi influenciada pela vida e morte de Sócrates e pela silêncio de Jesus Christos perante Pôncio Pilatos e sua consequente crucificação.
2Referente a Heráclito de Eféso, fundador do Mobilismo.
3Dyanna – concentração tranquila uma dos estados da mente professados pelo Budismo.
4N.A. - Chegando a quebrar a perna de Epíteto, que passou a usar moletas para transitar.

5N.A. - Gigantesca, imensas e de grande estatura e assustadora.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O êxodo para Marte: Astronáutica e História.

A Terra pode ser o berço desta humanidade que conhecemos, mas ninguém pode viver no berço eternamente.
Um grupo de pessoas se inscreveu para uma viagem de ida para o planeta Marte, sendo esta viagem apenas de ida e com a certeza de não voltar a fim de fundar uma nova civilização. Cogitou-se de televisionarem a estadia destes colonizadores como um Reality Show. Mais do que uma aventura esta viagem é a execução de um plano maior para o prosseguimento da raça humana e de um plano maior na construção de uma civilização aristocrática, ou seja, baseada nas virtudes.
Embora a sociedade brasileira não apoie esta iniciativa em virtude de sua oligofrenia e incapacidade de almejar ou compreender a grandeza dos astronautas e do devir histórico. Ainda assim o êxodo para Marte ocorrerá, pois diversas pessoas estão se inscrevendo para esta seleção, que será uma viagem sem retorno para construir uma nova sociedade, ou seja, uma nova oportunidade para recomeçar e viver o Ideal, tão almejado pelos sábios do passado.
Desta forma podemos afirmar que estes audazes colonos vão nos dar a resposta do nosso pequeno mistério: “De onde nós viemos?”. Pois, eles estão repetindo a mesma formula realizada pelos homens de antanho, ou seja, a história se repete. Segundo, uma antiga lenda indígena a Terra foi colonizada por homens que vieram de outro lugar em virtude de uma caça. Eles atravessaram um determinado portal que os trouxe para este planeta. Porém, eles não encontraram o caminho de volta e passaram a viver e a colonizar este mundo o fazendo de seu lar. Os outros homens que ficaram nos outros mundos, com saudades de seus companheiros acenderam fogueiras para guiar seus caminhos de volta.
Como foi dito no artigo “Mitologia e História: E os heróis míticos” – lendas são lições que carregam a verdade – pois podemos observar que diversos Livros e versículos Sagrados afirmam a existência de outros mundos com outros povos humanos como habitantes. Podemos observar as passagens do Bhagavad Gita, palavras de Jesus Christos e textos dos Sutras e Abdharmas budistas que falam sobre os humanos de outros mundos, estas fontes nos mostram a capacidade da vida humana existir, se adaptar e evoluir.
Segundo o autor Cyril Hoskins (Lobsang Rampa), em sua obra “Entre os Monges do Tibete”, que em um encontro com inteligências de outros mundos que possuíam aspectos e estaturas diferentes, porém eram todos humanos, que sob as influências dos ambientes de onde eles vieram passaram por mudanças adaptáveis, pois a evolução é a capacidade máxima de adaptação a fim de continuar a espécie.
Assim como Giordano Bruno havia feito esta afirmação durante o Renascimento, que havia outros mundos com vidas humanas similares a de nosso mundo visto que há muitos sistemas similares ao nosso e com condições parecidas com nosso mundo.
Este processo de colonização, que esta sendo afirmado neste presente artigo, tem como base a Teoria de que em tempos incontáveis e imemoriais a Terra era um corpo celeste inóspito, a vida como se deu aqui veio de uma conjuntura de condições como o resfriamento para que pudesse ocorrer o fenômeno da vida. Porém para que ocorresse a colonização se fez necessário o processo de Terraformação a fim de tornar o Planeta o mais apropriado para a colonização. Ou seja, observamos a manifestação de Causa e Condições neste conjunto de ações e fenômenos.
Embora o presente autor que vos escreve afirmou em seu artigo “Astronáutica: reflexões e perspectivas”, que o Brasil e o povo brasileiro esta longe de serem tocados pelos encantos de Urânia, a musa da astronomia, ainda existem aqueles que se destacam da multidão. Pois são estes que têm a sensibilidade e a sabedoria para compreender os movimentos cósmicos que se apresentam e das sutilezas que caminham no Universo.
A ida destes homens para Marte responde nossa indagação sobre a origem, além de serem motivados pelo processo de Ascensão-Apoteose-Queda, pois os recursos do Planeta estão se esgotando e para que haja uma regeneração se faz necessário um momento de repouso planetário, da diminuição drástica de atividades extrativas e da diminuição populacional.
Sendo assim um ciclo se repete para expor e aplicar a origem humana, através da continuação da espécie humana pelo Kosmos. E para estes intrépidos e venturosos colonos uma boa viagem.