segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Apreciação Literária: A Arte de Passear de Karl Gottlob Schelle.
Uma apreciação literária sobre a obra de Karl Gottlob Schelle: A Arte de Passear – um clássico do Séc. XIX.
Karl Gottlob Schelle, nascido em Altweilen, no ano de 1777, foi um filosofo alemão, que reivindicou uma filosofia menos especulativa e mais prática. Ele se afirmava como um filosofo do senso comum.
Schelle escreveu a sua obra “A Arte de Passear” em 1802, e o dirigia para uma determinada classe – a burguesia.
Para este filosofo, o passeio se inscreve em uma arte de viver, cujo desfecho era o prazer divino de apreciar as caminhadas e os cenários que compunham o passeio, trariam, desta forma, um momento de comunhão com a natureza, que a classe supracitada precisava apreciar.
Nesta obra o autor aborda os diferentes passeios em diferentes lugares, horas e Estações do ano dando-nos as dicas do que devemos e não devemos fazer
Porém, o autor nos alerta para o perigo dos assaltos, em que ele afirma incisivamente que este risco é quase inevitável. Mas que não devemos deixar de praticar esta arte.
O autor faz suas distinções sobre o passear e o Passear (flanar) e que não são todas as pessoas que sabem apreciar o passeio, pois estas estão cansadas demais, em virtude de suas tarefas diárias, ou estão absortas em seus instintos primitivos ou estão preocupadas em chegar o mais rápido aos seus destinos.
Segundo Lao Tse, fundador do Taoísmo: “Mais importante que o destino a ser alcançado é a viagem a ser realizada”.
O homem contemporâneo, em sua arrogância e ilusão, não sabe apreciar os seus passeios. A obra, “A Arte de Passear”, aborda esta tema no intuito de auxiliar os homens na execução dos seus Divinos Ócios e amenizando as dores de suas existências.
Esta obra nos traz a consciência que flanar é aproveitar o momento e a comunhão com a Natureza. Schelle nos alerta sobre como devemos flanar, ou seja, passear despreocupados, apreciando os cenários que a Natureza nos proporciona, nos harmonizando com ela, com nossos corpos e mentes, caminhar sem pressa, em um ritmo confortável que nos inspira uma elevação espiritual. Sendo o prazer uma conseqüência deste ato.
Porém, o filósofo ressalta que em cada ambiente (litorais, montanhas, estradas, alamedas e bosques) são diferentes as formas de passear. Pois, passear no bosque não é o mesmo que passear nas montanhas ou nos litorais.
Cada ambiente é diferente, assim como as Estações do ano, abordadas na obra de Schelle, em que ele cita suas características e suas forma de apreciá-las durante os passeios.
Portanto, este clássico oitocentista, em que nos fala sobre e como de forma filosófica, pois a Filosofia é prática ao contrário do que se propaga sobre a filosofia: “é uma forma de pensar especulativa e que não teria um fim prático em si mesma”, segundo Witttgenstein.
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