quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O Rococó.

Uma arte voltada para a aristocracia e para o gosto refinado.
Durante o Séc. XVIII (1710-1780), surgiu uma nova expressão artística na França, durante o reinado de Luís XV (1723-74), sendo difundido por toda a Europa e pelo Brasil. No Brasil esta arte se manifestou no mobiliário sendo chamada de “estilo Dom João V”.
O termo rococó originou-se da palavra francesa rocaille, que significava concha em francês, em virtude das linhas formarem uma concha associada aos elementos decorativos de estilo leve, gracioso e delicado. O que para alguns historiadores da arte o rococó é uma evolução do barroco, este servindo de base e referencia para o rococó.
Suas características são de uma arte requintada, aristocrática e convencional, trazendo clima leve vivaz, superficial e energética com desenhos de flores, conchas e folhas até nos talheres, nas pinturas mostravam jovens elegantes em brincadeiras ao ar livre, a fim de assinalar este estilo artístico. Na decoração interior era marcada pro uma marchetaria elaborada, painéis pintados com cores claras e suaves e enormes espelhos de parede. As salas e os salões têm a forma oval.
Em 1760, na França, o estilo rococó caiu em desuso mais deixou sua marca no mundo e no mobiliário brasileiro.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

República: o algoz da felicidade.


Por Diogo Pitta

Machado de Assis, em "O velho Senado", publicado em 1898, traça como que um prelúdio do que viria a ser a política de hoje, sob as botas moralmente asfixiantes da República, este golpe militar com o qual o Brasil foi duramente ferido em 1889. Neste conto, o Bruxo do Cosme Velho fala-nos, como que entre um gole e outro de chá, sobre o quão virtuoso era o Senado na década de 60 do século XIX. Depois de expôr as virtudes dos políticos e do Senado à época, Machado de Assis faz um paralelo daqueles políticos com os de sua época, ou seja, após a Proclamação da República. E termina assim seu conto admirável: 

E após ele vieram outros, e ainda outros, Sapucaí, Maranguape, Itaúna, e outros mais, até que se confundiram todos e desapareceu tudo, coisas e pessoas, como sucede às visões. Pareceu-me vê-los enfiar por um corredor escuro, cuja porta era fechada por um homem de capa preta, meias de seda preta, calções pretos e sapatos de fivela. Este era nada menos que o próprio porteiro do Senado, vestido segundo as praxes do tempo, nos dias de abertura e encerramento da assembléia geral. Quanta coisa obsoleta! Alguém ainda quis obstar à ação do porteiro, mas tinha o gesto tão cansado e vagaroso que não alcançou nada; aquele deu volta à chave, envolveu-se na capa, saiu por uma das janelas e esvaiu-se no ar, a caminho de algum cemitério, provavelmente. Se valesse a pena saber o nome do cemitério, iria eu catá-lo, mas não vale; todos os cemitérios se parecem. (1)

Assumo a audácia de interpretar esta passagem final do conto do grande Machado de Assis: a República enterrou de uma vez os valores construídos com esmero por uma tradição feliz, na qual os homens eram felizes por serem virtuosos, e por que com estas virtudes, serviam ao bem comum, finalidade da política. Aquele período felicíssimo da Nação, onde mesmo com as dificuldades inerentes à raça humana os homens eram felizes, e onde escravos foram verdadeiramente libertos, foi forçosamente enfiado neste corredor metaforicamente citado por Machado de Assis, e com o tempo e a ideologia fazendo o papel do porteiro "vestido segundo as praxes do tempo", é trancafiado no corredor abstruso da história.

Hoje não é dia para comemorações. Antes de um feriado cujo objetivo é festejar a instituição golpesca de um regime político, hoje deveria ser o dia propício para a reflexão profunda sobre para onde estamos caminhando a passos largos. Estamos, enquanto República, caminhando a galopes para o brejo político, se lá já não estamos. Certamente dar-me-ão a alcunha de dramático. Mas para dirimir dúvidas que porventura possam haver sobre a minha constatação, basta, num esforço do intelecto, pôr-se imaginariamente fora do tempo e do espaço, e contemplar de cima, todas as desastrosas primaveras pelas quais passou, aos trancos e barrancos, a República. Em 127 anos, a República do Brasil produziu golpes atrás de golpes, ditaduras, revoluções, presidentes depostos, escândalos de corrupção clamorosos, uma inflação partidária nunca vista na história do mundo, o que gera lutas partidárias cuja amoralidade faria corar de vergonha o mais vil dos homens. 

A instituição da República, na verdade, foi um golpe; diria até, a Mãe de todos os golpes! O Quinze de Novembro, na verdade, é a data onde lembramos pesarosos a largada para o início da derrocada moral e política do Brasil. Neste dia lembramos, enlutados, o dia em que o maior estadista que esta nação já conheceu, Dom Pedro II, foi expulso desta com toda a sua família. Dom Pedro II foi talvez o homem que mais amou o Brasil. Causa-nos tristeza ( a nós, Monarquistas) ver a indiferença e até mesmo o escárnio com o qual a maioria da população trata os nossos grandes e verdadeiros heróis. 

Se os políticos hodiernos cultivassem as virtudes que possuía - por que as cultivava - Dom Pedro II, talvez o Brasil pudesse erigir-se desta areia movediça na qual foi lançado após o Golpe de 1889, perpetrado por um horda de bandidos, capitaneados por Marechal Deodoro da Fonseca.

Esta junta de facínoras políticos promoveu, no curso da história, uma ruptura com o regime político que alçou o Brasil a um excelso patamar de prosperidades econômicas, morais, políticas, e com isto fez do Brasil uma grande potência. Sim o Brasil já foi uma grande potência.

Para não romper o luto, limito-me a estas palavras. E como monarquista, digo que o que nos resta é estudar, rezar, lutar pela volta da Monarquia (mesmo que eu não esteja vivo para vê-la) e - por que não? -, ouvir um Réquiem, na certeza de uma vindoura ressurreição.

Viva a Monarquia!

Notas:

1 - Obra Completa, Machado de Assis, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, V.II, 1994. Publicado originalmente em Revista Brasileira, Rio de Janeiro, 1898.