quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

A Comunidade dos Essênios e os escritos do Mar Morto.

 

Antes de abordarmos sobre o Cristo e a vida do Mestre Jesus, devemos debruçar nossos olhares sobre a comunidade monástica dos Essênios e os escritos deixados por eles nas cavernas próximas ao Mar Morto, aonde eles se situavam.

Os Essênios foram uma comunidade judaica e monástica que haviam se retirado devido a idéia de que o Templo de Jerusalém havia se corrompido, indo formar uma comunidade perto do Mar Morto, próximo a Qumran.[1]

Segundo o registro dos Rosacruzes os Essênios foram um ramo judaico da iluminada fraternidade da Grande Loja Branca, ao qual esta teve sua gênese no Egito, durante o período antecederam ao Faraó monoteísta Akhenaton.  Diversas escolas místicas do Egito, que se uniram na constituição da Grande Fraternidade Branca, tomaram diferentes nomes em diferentes partes do mundo, segundo com o idioma de cada nação e de cada peculiaridade do pensamento religioso destas nações. [2]

A origem da palavra Essênios veio do egípcio Kashai, cujo significado é “secreto”. Contudo existia uma palavra correlata chsahi que fora, de forma natural, para o hebraico como essaios ou Essênios com o significado de “secreto” ou “místico”. Embora exista um outro significado como “médicos”.[3]

O ramo da Palestina teve de enfrentar o despotismo dos governantes do país e o ciúme dos sacerdotes, tais condições somadas a convicção de corrupção do Templo de Jerusalém a se retirarem, manterem-se em silêncio e em solidão maiores do que costumavam guardar. Um dos critérios para serem pertencentes a esta ordem era serem de descendência ariana de sangue puro.[4] Eles se destacavam em suas atividades a leitura da escrituras, mas não como uma leitura do passado, mas como referencias para o presente. Desta forma, eles se consideravam como receptores de uma verdadeira interpretação.[5]

Durante sua retirada de Jerusalém eles foram conduzidos, liderados, por uma figura conhecida como o Senhor da Justiça, ao qual fazia orientações durante o processo de leitura das escrituras.[6] Contudo, eles também estudavam os textos do Avesta[7] e aderiam aos princípios neles contidos.[8]

Eram chamados, pelos gregos, de Therapeuti, pois se ocupavam da medicina herbal, Previam o futuro, assim como freqüentavam de forma assídua as escrituras os escritos antigos e tratavam de não comunicar nada a respeito de seus livros, tornando-os um segredo hermético. Acreditavam na imortalidade, em virtude da influência da Grande Fraternidade Branca, mas também acreditavam no valor de uma morte gloriosa, que será recompensada na pós-vida.[9]

Antes de uma pessoa, que possuíam os requisitos citados anteriormente, tinha de ser preparado durante a infância, por determinados instrutores e professores. Tais crianças cresciam com um corpo sadio e deveriam ter a capacidade de exercer certos poderes mentais em condições de teste. Alguns decidiam ser médicos outros artesãos, professores, missionários, tradutores, escribas e assim por diante. Após a iniciação passavam a usar a veste branca composta de uma única peça de pano e só usavam sandálias quando o clima ou as circunstâncias eram propícios.[10]

Segundo os registros quando foi o momento de se transferirem para perto do Mar Morto o maior problema foi o transporte secreto dos manuscritos e dos registros.[11] Para a nossa felicidade estes monges conseguiam preservar seus manuscritos.

No verão de 1947, um jovem árabe que pastoreava seu rebanho de cabras encontrou uma entrada de caverna enquanto procurava uma cabra de seu rebanho. Até aqui o fato se torna único, pois a história se divide em duas versões uma que o pastor teria jogado uma pedra para dentro de uma gruta e teria ouvido um som oco e teria se assustado e correu para contar para alguém e este levou uma escada e encontrou diversos pote de argila com o conteúdo recheado de largas tiras de couro cobertas de caracteres estranhos.[12] A outra versão afirma que o pastor foi curioso e adentrou na caverna e se viu diante de uma série de ânforas de barro seladas e com a esperança de ter encontrado tesouro e as abriu, porém encontrou o mesmo conteúdo supra-citado.[13] Os fatos são que os manuscritos foram achados em 1947, aparentemente no verão, por um pastor.

O arqueólogo William F. Allbright viu, em 1948, estes manuscritos afirmou que se tratava da mais importante descoberta do Séc. XX e não duvidou de sua autenticidade. No exame destes documentos emergiu uma verdade, a de que os ensinamentos dos Essênios se assemelhavam a de Jesus. O que poderia ser considerado que os Essênios foram os precursores do cristianismo primitivo, em virtude da identidade de temas teológicos e de instituições religiosas.[14]

Tais semelhanças que são apresentadas, devido ao achado dos Manuscritos de Qumram, nos levam a questionamentos sobre essa relação. É mais provável que o Mestre Jesus e seu primo, João, o Batista, tiveram contatos ou convivências com esta comunidade de monges eremíticos.[15]

Notas e referências bibliográficas:


[1] MIMOUNI, Simon C. – As Correntes do Judaísmo – in História Viva: Grandes Temas nº 1 – Ed. Dueto. São Paulo – S. P. – pàg. 56.

[2] LEWIS, H. Spencer (F.RC. Ph. D.) -  A Vida Mística de Jesus – Ordem Rosacruz – AMORC (Grande Loja do Brasil) – Curitiba – P.R. – pgs. 22 e 23.

[3] LEWIS, H. Spencer (F.RC. Ph. D.) -  Op. Cit. – pág. 23.

[4] LEWIS, H. Spencer (F.RC. Ph. D.) -  Op. Cit. – pág. 25.

[5] MIMOUNI, Simon C. – Op. Cit. – pàg. 56.

[6] MIMOUNI, Simon C. – Op. Cit. – pàg. 56.

[7] N.A. (Nota do Autor) – O Avesta é o livro sagrado dos zoroatristas. Dessa forma podemos observar uma forte influência desta religião persa no pensamento judaico.

[8] LEWIS, H. Spencer (F.RC. Ph. D.) -  Op. Cit. – pág. 25.

[9] MIMOUNI, Simon C. – Op. Cit. – pàg. 56.

[10] LEWIS, H. Spencer (F.RC. Ph. D.) -  Op. Cit. – pág. 26.

[11] LEWIS, H. Spencer (F.RC. Ph. D.) -  Op. Cit. – pág. 25.

[12] ROHDEN, Humberto – O Cristo Cósmico e os Essênios. – Editora Martin Claret – São Paulo – S.P. – 2011 – pág. 25.

[13] KERSTEN, Holger – Jesus Viveu na Índia: A desconhecida história de Cristo antes e depois da Crucificação – Editora Best Seller – São Paulo – S.P. – 2000 – pág. 110.

[14] KERSTEN, Holger – Op. Cit. – pág. 111.

[15] ROHDEN, Humberto – Op. Cit. – pág. 29.

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