Saudações, honrados leitores e honradas leitoras! Como historiador cultural e estudante das mentalidades, e sendo assim a política está embaixo e a cultura está em cima[1], através desta frase grifada podemos abrir o nosso artigo de hoje referente, no meu artigo do dia 13 de fevereiro, neste mesmo blog o presente autor abordou o seu posicionamento sociopolítico, criticando tanto a esquerda quanto a direita, devido a estes posicionamentos serem frutos da Maldita Revolução Francesa, que trouxe a destruição da ordem social, em grande parte.[2]
Como historiador cultural, busquei as causas para a gênese do mal que nos assola e em minhas pesquisas e observações[3] , pude constatar que o Liberalismo foi a ignição para a revolução que nos remete a decadência e ciclo de iniqüidades que passamos. Segundo o Professor René Rémond o Séc. XIX foi a coroação do Liberalismo dentro da sociedade, sendo um dos grandes fatos daquele século ao qual ela se consolida na Revolução Francesa e assegurada nas Guerras Napoleônicas.[4]
Para Réne Rémond o Liberalismo é uma filosofia global que pode ser colocado em ampla perspectiva, pois os promotores desta filosofia julgam ter respostas para todos os problemas depositados pela vida coletiva. O Liberalismo pode ser uma filosofia política norteada inteiramente para a imagem de liberdade, como, também, uma filosofia social individualista na avaliação em que coloca o ser humano à frente da razão de Estado, de grupos e da coletividade. Trata-se, da mesma forma, com uma filosofia da História realizada por indivíduos em detrimento das forças coletivas e não apenas como práticas econômicas. Rémond nos avisa quais são as conseqüências: rejeição dos dogmas da Igreja, afirmação do relativismo da verdade, tolerância as concupiscências.[5]
As bases para o Liberalismo vieram do Iluminismo que foi uma releitura do período clássico com severas alterações nos conceitos e ensinamentos dos gigantes do passado, pois eram valores atemporais que formavam civilizações e transmitiam a Ordem Natural na sociedade.[6] Porém, os discursos do Iluminismo, que se afirmava como a consolidação da razão, que levaram a um processo de esvaziamento da Moral Cristã dentro da sociedade ocidental de forma impulsionar os homens daquela época a um acometimento dionisíaco.[7]
A essência do Liberalismo é a realização das paixões desenfreadas, geradas pelo Pecado Capital do Orgulho. O liberalismo, em sua essência metafísica, pouco se envolve com a liberdade para a virtude, se interessando com a liberdade para o mal. Pois, quando está no poder bloqueia ao bem a liberdade. Porém favorece, protege e bem considerada a liberdade para o mal.[8] Digo-vos isto devido a um fato histórico ocorrido durante a Revolução Francesa, em julho de 1791, foi emitida a Lei Chapelier que acabava com as Guildas (Corporações de Ofício), que eram instituições medievais que unificavam os profissionais de um mesmo ofício e concedia-lhes privilégios, limitavam a quantidade de pessoas que poderiam desempenhar apontada profissão. A partir desta lei qualquer pessoa poderia trabalhar em qualquer ofício sem resolução de nenhuma Guilda, porém não desfrutava de nenhum amparo social oriundo das Guildas[9].
Desta forma o Liberalismo apareceu como uma filosofia global, ao lado do pensamento Contra-Revolucionário e, posteriormente, ao marxismo (filho do Liberalismo), não tratando apenas nos modos econômicos, produtivos e comerciais. Porém,Tanto Réne Rémond quanto o Papa Leão XIII nos afirmam que o liberalismo é a expressão dos interesses de uma classe, a burguesia.[10] Para finalizarmos voltaremos a questão metafísica a liberdade para o mal serve aos homens enquanto são revolucionários e atenderem aos seus Orgulhos.[11]
Como frase final deixo um pensamento de Nelson Rodrigues:
Notas e referências bibliograficas:
[1] Frase de origem anônima.
[2] https://conservadormoderado.blogspot.com/2025/02/o-contra-revolucionario.html acessado em 30/04/2025, às 15h48min.
[3] Não que a História seja uma ciência, mas um ramo da filosofia que estuda as ações do homem no tempo e as relaciona com a causa e o efeito, mediante a manifestação de condições – RAMIÈRE, Henri (Padre – S.J.) – O Reino de Jesus Cristo na História: Introdução ao estudo de Teologia da História. – CDB – 2024 - Rio de Janeiro – R.J. – Págs. 15, 21, 23, 25 e 285.
[4] RÉMOND, Réne – O Século XIX: 1815-1914. – Editora Cultrix Ltda.-1997- São Paulo – S.P. – Págs. 13 e 25.
[5] RÉMOND, Réne – Op. Cit. – Págs. 26 à 28.
[6] BASTOS, Roberto – Direto aos Assuntos: Idéias soltas e marcantes - Editora Autografia.-2016- Rio de Janeiro – R.J. – Pág. 71.
[7] TARNAS, Richard – A Epopéia do Pensamento Ocidental: Para compreender as idéias que moldaram nossa visão de mundo. – Bertrand Brasil.-2008- Rio de Janeiro – R.J. – Pág. 342.
[8] OLIVEIRA, Plínio Corrêa de – Revolução e Contra-Revolução – Associação Brasileira Arautos do Evangelho.-2024- São Paulo – S.P. – Págs. 102 e 103.
[9] VERNE, Julio – O Conde de Chanteleine - CDB – 2025 - Rio de Janeiro – R.J. – Pág. 12.
[10] RÉMOND, Réne – Op. Cit. – Págs. 26 à 28. E https://www.vatican.va/content/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html.
[11] OLIVEIRA, Plínio Corrêa de – Op. Cit. – Associação Brasileira Arautos do Evangelho.-2024- São Paulo – S.P. – Pág. 104.
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