quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Meteorologia

“A previsão do tempo para hoje é...” - informe do boletim meteorológico.

 A Meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos atmosféricos através de dados, registros relacionados as condições da atmosfera e da observação constante e comparativa dos fenômenos que se apresentam, a fim de informar e prever o tempo12.
Como ciência, a meteorologia, é uma ciência ligada a outra ciência espacial, a Geografia, com o intuito de compor a conjuntura de observações espaciais em que estamos inseridos. Entretanto, ela foi relegada a função de “previsão do tempo” de forma intelectualizada e desatualizada.

A origem da meteorologia ocorreu em um passado imemorial, esta ciência era utilizada e informada com grandes constâncias, cujos objetivos era prever, harmonizar e prover. Teve como seu fundador e patrono o filosofo Aristóteles, embora os sacerdotes egípcios já utilizavam esta ciência. Nas culturas antigas e ligadas a Natureza como egípcios, celtas e ameríndios imperiais a meteorologia, em conjunto com a astronomia/astrologia, a utilizavam como uma forma de viver os ritmos sagrados do Universo e dos ciclos da Terra3.

Pois para estes homens de antanho estas duas ciências eram indivisíveis e imprescindíveis, assim como, a conjuntura dos ciclos (ciclo da água, do carbono, da Precessão4 – estações do ano), que eram levados em consideração no momento da previsão a fim de atender as necessidades, principalmente na agricultura, e no cotidiano.
Embora, algum leitor desta coluna irá afirmar que a meteorologia servia aos interesses econômicos ou apenas informar o tempo. De forma caricata e “intelectualizada”, contudo os objetivos da meteorologia eram atender as necessidades sociopolíticas, a agricultura e pecuária, as navegações e, acima de tudo, se conectar e se harmonizar com a Natureza e seus ritmos.

Atualmente, os homens comuns pensam de forma a se desfazer desta ciência. Como consequência a meteorologias ficou limitada a previsões diárias com divulgações esparsas, que fazem parecer que a meteorologia como ciência é imprecisa e “indigna de crédito”.
O boletim meteorológico poderia ser divulgado a cada trinta minutos5, mas nos parece que não existe uma iniciativa para esta divulgação.
E o objetivo destas divulgações deveriam preparar os espíritos dos ouvintes para se harmonizarem com a mudança ou permanência climática. Entretanto, o homem comum contemporâneo não pensa e nem age desta forma.
Sendo assim a meteorologia se tornou uma ciência desvirtuada, mas com uma importância enorme em nossas vidas.


Notas e referência bibliograficas:
1LUCCI, Elian Alabi – Geografia: o homem no espaço global. - Editora Saraiva – São Paulo - |S.P. - 1999 – pág. 344.
2N.A. (Nota do Autor) – o termo “tempo” significa tanto estado atmosférico como atos sucessivos em que se divide a idade das coisa e do Universo” - Ver dicionário Aurélio.
3ÀLVAREZ, Juan Carlos do Rio – Constelações Zodíacais: Astronomia e Meteorologia – in Revista Esfinge nº 27 – São Paulo – S.P. - págs. 33 e 34.
4N.A – Precessão é o movimento, um dos movimentos da Terra em relação ao Sol, em conjunto com o movimento de Translação, que formam as Estações do ano.
5N.A. - Como diz no slogan da BandNews fm: “a cada vinte minutos tudo pode mudar”.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Fotografia: arte e documento histórico.


Uma das questões que nós historiadores abordamos na História é o uso da fotografia como documento histórico e como arte visual. Embora, ocorra uma discussão sobre qual é o verdadeiro ponto da vista deve ser abordado1. O presente artigo tentará abordar de forma holística este fenômeno visual oitocentista.
O primórdios da fotografia ocorreram em virtude das descobertas científicas nas áreas da ótica e da química a fim de buscar uma maneira de fixar uma imagem da realidade sobre um material estável, ou seja, capturar uma imagem.
Em 1826, Joseph-Nicéphore Niépce2, fez a primeira impressão em uma placa de estanho polido, com peltre revestidas de betume da Judéia, após oito horas de exposição, cuja imagem era uma vista nublada do pátio de sua casa em Grás3.

Em 1837, Louis-J. M. Daguerre4, colaborador de Niépce, substituiu o betume da Judéia por Iodeto de Prata com vapores de Mercúrio nas placas, tal processo obteve a imagem do ateliê de Daguerre, de forma estável e com o tempo reduzido de exposição entre dez a quinze minutos. Esta técnica de captura de imagem passou a ser chamada de Daguerreótipo, sendo em 1839 a primeira imagem capturada de um ser humano em um boulevar parisiense. Sendo o Daguerreótipo o precursor da fotografia5.

Ainda em 1839, William Talbot6 aperfeiçoou o processo com uma uma invenção dele os Calotipos – os Negativos. Em 1851, a chapa molhada reduziu o tempo de exposição e produziu impressões quase tão precisas quanto os Daguerreótipos. Em 1858, a fotografia instantânea substituiu o daguerreótipo, a partir de 1880 as câmeras portáteis e o filme de rolo tomaram a cena7.
Dentro deste processo de aperfeiçoamento da fotografia ocorreu categorias de fotografia das quais destacamos neste artigo:
Fotografia Documental – estilo inaugurado por Jacob Riis, que retratou as condições tenebrosas na zona sudoeste de Manhattan (New York)8. Neste caso, as fotografias se tornam imagem/documento, em que se registra a imagem como informações de um período histórico em um espaço físico, com uma natureza própria com a composição de pessoas, conjugadas as circunstâncias apresentadas9.
Fotografia de Arte – categoria iniciada por Julia M. Cameron, que captou em suas fotografias a beleza ideal, através de lentes especiais, que produziam efeitos de foco capturando e definindo a personalidade em retratos intensos e os sentimentos de seus modelos10. Nesta categoria, que se enquadra com fotografia Artística, podem ser consideradas como imagem/monumento a fim de deixar um legado perene para o futuro como um mensagem deixada de uma época de uma imagem que ficou registrada como o ideal de arte11.
Fotografia-retrato – Esta categoria retratava personagens ilustres, por Nadar, que concebia a pose dos modelos e utilizava iluminação elétrica de maneira a enfatizar o caráter de seus modelos. Contudo, este estilo não ficava preso ao retrato documental, pois estava entre as duas categorias supra-citadas12.
Desta forma a fotografia é arte e documento histórico em que se faz fundamental a guarda e a utilização da imagem a fim de dialogar com o passado e observar a beleza capturada de uma pessoa ou momento ou paisagem e na leitura de memória e da identidade cultural da humanidade. Pois a fotografia é uma mensagem não-verbal utilizada na representação social no tempo e no espaço13. E desde seu surgimento as artes tomaram outro rumo, muitas vezes servindo de base para pintores e influenciando no surgimento do Impressionismo14.

Notas e referência bibliograficas:
1N.A. (Nota do autor) – exite uma discussão sobre a fotografia, se ela deve ser usada como arte ou como documento histórico em virtude do uso constante como recurso de leitura visual na História. CIAVATTA, Maria, e ALVES, Nilda (orgs)- A Leitura de Imagens na Pesquisa Social: História, comunicação e Educação – in MAUAD, Ana Maria – Fotografia e História: possibilidades de análise – São Paulo – S.P. - Cortez, 2004, pág. 19, 38 e 39.
2Joseph-Nicéphore Niépce (1765 – 1833) químico francês.
3Enciclopédia Grande História Universal: O século XIX: Ciência e Técnica – Rambla de Catalunya – Barcelona (Espanha) – Ediciones Folio, 2007, pág. 48. e STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Arte Comentada – Rio de Janeiro – R.J. - Ediouro, 2002, pág. 92.
4Louis J. M. Daguerre (1789 – 1851), outro francês e colaborador de Nicéphore Niépce.
5Enciclopédia Grande História Universal: O século XIX: Ciência e Técnica – Rambla de Catalunya – Barcelona (Espanha) – Ediciones Folio, 2007, pág. 49. e STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Op. Cit., pág. 92.
6William Henry Fox Talbot (1800-77), inglês.
7STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Op. Cit., pág. 92.
8Jonh Riis (1849 – 1914) foi repórter de Polícia em New York. STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Op. Cit., pág. 94.
9CIAVATTA, Maria, e ALVES, Nilda (orgs)- Op. Cit. – in MAUAD, Ana Maria – Fotografia e História: possibilidades de análise – São Paulo – S.P. - Cortez, 2004, págs. 22 e 33.
10Os modelos de Júlia Margareth Cameron (1815-79), eram pessoas famosas do período vitoriano (Séc. XIX). STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Op. Cit., pág. 92.
11CIAVATTA, Maria, e ALVES, Nilda (orgs)- Op. Cit. – in MAUAD, Ana Maria – Fotografia e História: possibilidades de análise – São Paulo – S.P. - Cortez, 2004, págs. 22, 32 e 34.
12Nadar(1820 – 1910), caricaturista francês, foi o primeiro a utilizar luz elétrica no processo de fotografia, ou seja, a captura da imagem. STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Op. Cit., pág. 94.
13CIAVATTA, Maria, e ALVES, Nilda (orgs)- Op. Cit. in CIAVATTA, Maria – Educando o trabalhador da grande “família da fábrica”. A fotografia como fonte histórica. – São Paulo – S.P. - Cortez, 2004, págs. 22, 32 e 34.

14STRICLAND, Carol (Ph.D.) - Op. Cit., pág. 95.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A política e a cultura: A Rádio MEC ameaçada.

A Rádio MEC no Rio de Janeiro corre o risco de ser fechada em virtude do descaso do Ministério da Cultura.

 

A Rádio MEC no Rio de Janeiro encontra-se em fase de fechamento, pois o governo federal se dispõe a fechar um dos canais de cultura em nome de sua destruição ideológica dos valores civilizatórios da sociedade ocidental, tão carente de músicas edificantes como a Música Clássica e de valores éticos e morais.

Em março do ano de 2013, os funcionários da Rádio MEC tiveram a ingrata surpresa de receberem uma ordem judicial que os proibiam de entrar em um bloco do prédio e alegava que aquela parte estava sendo desativada, assim como o quadro “Sala de Concerto” foi tirado do ar. Tais fatos provam que a cultura no Brasil esta ameaçada em nome da barbárie e das manifestações vulgares dos instintos, ou seja, o governo brasileiro tem como ideologia exaltar músicas efêmeras e imorais, que valorizem os instintos e a bestialidade em sua população. Pois desde a promulgação do “Funk” como patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro, pode ser percebido um incentivo e uma obrigação a aderência ao gosto e ao movimento dos bárbaros, assim como a aceitação passiva e subserviente da tirania oclocrática, que tem como objetivo a destruição dos valores civilizatórios e nivelar para baixo a sociedade.
Desta forma, a boa música esta sendo substituída e empurrada goela abaixo de nossa população por “ruídos tribais”, que eduzem os instintos primitivos (Eros e Tanatos[1]), pois como foi apresentado anteriormente existe um alinhamento ideológico com o processo de barbárie na sociedade atual, em que se valoriza o “espetáculo” em detrimento da cultura e da civilização. Pois o nosso governo oclocrático valoriza a alienação intelectual e espiritual de nosso povo.
Sendo assim a sociedade esta a mercê de um golpe apoiado pela plebe barbarizada e nós pessoas de bem, tementes as Leis Naturais seremos os criminalizados. O Ministério da Cultura ficou omisso... podemos dizer cúmplice deste processo, pois uma coisa é exaltar a verdadeira cultura popular e outra é exaltar a barbárie. Eis o trabalho revolucionário do PT no Estado e no (des)governo.

Notas:




[1] N.A. (Nota do Autor) Eros e Tanatos – Arquétipos da Mitologia grega ligados ao Sexo e a Destruição, segundo nos apontava Sigmund Freud em sua obra “ O Mal estar na Sociedade Contemporânea”, do qual ele aborda a exaltaqção dos instintos bestiais na sociedade e principalmente na juventude.