A teoria da Evolução das Espécies foi um triunfo sobre o desconhecimento e o obscurantismo fanático e hoje corre um risco de ser censurado e esquecido nas escolas.
A Biologia é o estudo dos seres vivos sejam eles vegetais (botânica) e animais (zoologia), assim como outros microrganismos, fungos e humanos (antropologia). Mas, neste presente artigo, abordaremos a questão da Evolução dos animais.
Dentro da Geografia existe um estudo conhecido e organizado sobre a vida no Planeta – a Biosfera – que se organiza em formações vegetais e animais. O estudo referente à zoologia, e observado em conjunto com a Biologia, o fenômeno dos animais e sua distribuição no planeta, seu comportamento e sua relação com a cadeia da vida.
Porém, a explicação referente à origem dos animais se dá através das teorias relacionadas a origem e a evolução das espécies. Antes de Charles Robert Darwin e Alfred Russel Wallace,[1] outros grandes sábios do passado como Tales de Mileto, Anaximandro eAnaxímenes lançaram suas teorias relacionadas à origem da vida e sua evolução nos elementos água (Tales de Mileto e Anaximandro, mestre e discípulo, respectivamente) e ar (Anaxímenes, discípulo de Anaximandro).
Tales de Mileto e seu discípulo afirmavam que a vida se originou da água, entretanto foi Tales de Mileto quem propôs uma teoria mais racional e científica, em que a Natureza foi gerada deste elemento com animação própria, que movia-se e se transformava em diversas formas.[2]
Mas, para Anaxímenes o Ar seria o elemento de origem dos seres. Devido aos processos de rarefação e condensação, passando por transformações mesmo mantendo a sua essência original.[3] A partir destas duas proposições podemos afirmar, que através da análise destas duas idéias que os elementos se apresentam na geração da vida tanto como composição física e fisiológica como cenário de atuação.
Analisemos, caros(as) leitores(as), em um primeiro momento a vida se originou na água,[4] pois Anaximandro postulou através da observação o cuidado de certos peixes com suas crias, tais cuidados eram similares aos dos humanos, que para este filosofo, devido a fragilidade de nossos filhos, o ser humano teria se originado de outra espécie. [5] A partir desta comparação, das condições de nossas crias e dos registros fósseis destes peixes, Anaximandro nos brinda com a idéia de uma evolução.
Porém, como afirmamos neste presente artigo excluímos o ser humano como objeto de estudo, pois iremos concentrar as nossas analises nos animais.
Entretanto, foi o sábio Empedocles de Agrigento que, inicialmente, analisou e afirmou que todos os seres vivos são compostos dos quatro elementos (Ar, Água, Fogo e Terra).[6]
Para este sábio a origem e a composição dos seres vivos, tanto na separação destes como na reunião dos elementos, originou os seres vivos híbridos,[7] que estavam fadados à extinção em virtude de seus entraves e do processo de Seleção Natural, uma adaptação ao meio , em vez de uma intervenção divina, em que apenas os seres vivos homogêneos, puros, iriam sobreviver e prosperar. Contudo, a evolução das espécies não foi exposta nesta teoria de Empedocles.
A partir deste momento podemos observar que existe uma relação comparativa e analítica as descobertas de Darwin, no qual a Seleção Natural e a evolução das espécies, tendo como fator a luta pela existência.[8]
Segundo Richard Tarnas, Charles Robert Darwin, que através de suas investigações, conferiu a ciência um triunfo sobre o desconhecimento e o obscurantismo fanático.[9]Pois, Darwin teve respaldo investigativo e empírico de sua teoria com seu contemporâneo A.R. Wallace, também naturalista, que observou os mesmos fenômenos em pontos geográficos diferentes de seu contemporâneo e conterrâneo colega.[10] Sendo uma conquista da razão investigativa científica, ela se consagra como uma verdade que se desvela através da capacidade humana que hoje esta ameaçada com a imposição da PL (Projeto de Lei) 8099/2014, que deseja impor o criacionismo nas escolas.
A evolução das espécies é uma retomada do conhecimento analítico relacionado às transformações de espécies animais ancestrais que originaram outras espécies ou grupos de seres de uma mesma linhagem.[11]
Mesmo as grandes e dramáticas mudanças, como os ciclos de catástrofes, descobertos, expostos e defendidos pelo Barão de Cuvier (Georges Cuvier - pai da paleontologia),[12] como formas de marcar e classificar as eras. Desta forma a vida, a luta pela existência e o processo de Seleção Natural persistiram, podemos até afirmar que tais catástrofes naturais fazem parte deste processo, pois nos mostram que a Biosfera esta relacionada com a Geologia e o clima,[13] ou seja, as transformações destes dois fatores, mesmo que de forma trágica, segundo o Barão de Cuvier, influenciam intrinsecamente a vida no Planeta.
Em síntese, Darwin e Wallace nos mostram que como afirmava um título de um sábio oriental - o Bhaktivedanta Swami Prabhupada – A Vida vem da própria Vida, pois todos os seres viventes são oriundos de outros seres vivos, que lutam para existir através de suas gerações futuras, que se adaptam as mudanças geológicas e climáticas.
Notas e referencias bibliográficas:
[1]N.A. (Nota do Autor) – Charles Darwin e Alfred R. Wallace eram contemporâneos e realizaram pesquisas na área do Naturalismo e das espécies.
[2]MESQUITA, André Campos – Darwin – o Naturalista da evolução das espécies– Edit. Escala – São Paulo – S.P. – 2011, pág. 19. e TARNAS, Richard – A Epopéia do Pensamento Ocidental – Bertrand Brasil – Rio de Janeiro – R.J. 2008, pág. 34.
[3]Idem - Ibidem. e TARNAS, Richard – Op. Cit. – pág. 503.
[4] TARNAS, Richard – Op. Cit. – pág. 503.
[5]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – pág. 20.
[6]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – pág. 21.
[7]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – pág. 22.
[8]DARWIN, Charles – A Origens das Espécies – Edit. Martin Claret – São Paulo, S. P. – 2014 – Págs. 119 e 171 e TARNAS, Richard – Op. Cit. – pág. 311.
[9] TARNAS, Richard – Op. Cit. – págs. 307 e 311.
[10]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – págs. 122 a 125.
[11] DARWIN , Charles – Op. Cit. – págs. 163 à 167, 200 e 201 e 639.
[12]Enciclopédia Novo Século - Edit. Visor – São Paulo, S. P. – 2002 – Vol. 3 e 10.
[13] DARWIN , Charles – Op. Cit. – págs. 153 e 177.
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