Estava voltando de uma atividade com minha esposa e com o meu filho quando a Rádio JB FM noticiou por volta das 19hs30min que uma Igreja Católica Apostólica Romana em Petrópolis foi alvo de vandalismo.
Mais precisamente a Igreja de São Judas Tadeu, situada nesta cidade sofreu um ato de vandalismo. O agressor, em estado alcoólico, perpetrou um ataque a imagem de Nossa Senhora das Dores. Tal fato ficou registrado pelas câmeras do templo e foi qualificado como um crime contra o culto religioso.
Este ataque, de consequência danosa, nos leva a refletir sobre o estado do agressor e o que o motivou a cometer o crime. Primeiro devemos entender que pelo fato dele estar embriagado é uma forma de liberação de sua índole, que antes estava reprimida pelo estado de sobriedade. Contudo! Será que este individuo estava realmente, em sua sobriedade, contido em seu discordância pelas imagens sacras ou será que ele vinha remoendo em seu interior um ódio por Arte Sacra?[1]
O que nos leva a um primeiro pensamento, o álcool e alguns entorpecentes liberam os seres humanos de suas entreves morais a fim de cometer certas atitudes que não são condescendentes com as regras sociais. Este primeiro dado nos leva ao segundo pensamento, a danificação concretizada por este individuo tinha como objetivo quebrar uma imagem de algum santo ou mártir da cristandade,[2] tal ação foi tomada por um sentimento de ódio a algo que é diferente de sua crença.[3]
O que estamos vendo honrados e honradas leitores e leitoras é a o retorno de uma antiga heresia conhecida como Iconoclastia,[4] que visava quebrar toda e qualquer Arte Sacra. E uma perseguição a grupos divergentes como foi na época do cristianismo primitivo, em que seitas cristãs que divergiam de suas visões e do fundador, Jesus, o Cristo.[5] O que torna um período, talvez longo, de tensão entre as religiões. Pois sabemos quem é que prega contra o uso da Arte Sacra utilizando uma idéia de idolatria através destas estatuas.
Só para lembrar que em meados da década de 1990 um monge budista theravada foi agredido por um grupo de rapazes, ficando ele gravemente ferido. E no ano de 2017 um rapaz estava caçoando de uma monja budista ao qual ele foi duramente criticado e com isso ele se retirou do Wesak. Além de terreiros de umbanda serem atacados e destruídos por fanáticos religiosos, o que nos prova que tal grupo não prega e não pratica a tolerância religiosa, mas sim o crime de intolerância e de perseguição.
Portanto, estamos vivendo um clima de tensão e de intolerância religiosas. Só para lembrar eu havia escrito um artigo em julho de 2018 referente sobre os dois projetos de poder em que estamos submetidos no presente momento.[6]
[1] N.A (Nota do Autor) – Podemos entender como Arte Sacra uma arte voltada a referência do sagrado como imagens, sejam elas pinturas, esculturas, arquitetura e música.
[2] N.A. (Nota do Autor) – Devemos entender que santos e mártires são irmãos mais velhos que nos ensinam através de seus exemplos o caminho ensinado pelos mestres ascensionados.
[3] N.A. (Nota do Autor) – Não dá para dizer que poderia ser descrença, até porque ateus não realizam ataques desta forma ou sem o aval de um Estado Ateu que prioriza o silenciamento das religiões como foi na Rússia, China, Tibet, Camboja e outros países que foram comunistas.
[4] Enciclopédia Novo Século – Vol. 6 – Editora Visor – págs. 1146 e 1147. E ANGOLD, Michael – Bizâncio: A Ponte da Antigüidade para a Idade Média – Editora Imago – 2002 – Rio de Janeiro – R.J. – págs. 73 à 75.
[5] PAGELS, Elaine – O Evangelhos Gnósticos – Editora Cultrix – 1979 – São Paulo – S.P. – págs. 18, 19, 26 e 27. E LEEUW, J.J. Van Der – A Dramática História da Fé Cristã: Desde seu início até a morte de Santo Agostinho – Editora Pensamento – 1995 – São Paulo – S.P. – pg. 49.
[6] http://conservadormoderado.blogspot.com/2018/07/entre-cruz-foice-e-o-martelo.html