O que conhecemos como Hinduísmo é na verdade um olhar ocidental sobre um conjunto de devoções sobre os aspectos de Deus que se manifesta de forma tripla, chamado de Trimurti no hinduísmo, assim como a divina trindade no cristianismo.
O Trimurti, como foi citado, é a manifestação de Brahma (o Criador), Vishnu (o preservador) e Shiva (o destruidor), sendo estas divindades manifestações de um único deus que apresenta características distintas no processo de manifestação do Kosmos.
O Hinduísmo como o chamamos é na verdade um conjunto de diversificadas experiências religiosas, práticas devocionais e filosofias. Muito se atribui a fundação do início destes conjuntos de crenças ao iniciado Vyasa, que compilou os Vedas, autor do épico Mahabharata e dos Puranas, este segundo é a crença popular. Mas, voltemos nossas atenções ao Hinduísmo, que se divide em Shivaísmo e Vaishnavismo.
O Shivaísmo é a devoção a Shiva que é conhecido como o “Senhor do tríplice tempo” e se apresenta, em sua personalidade, uma riqueza de contrastes. Ora se apresenta como um devorador, em seu aspecto Kala (o Tempo), ora como misericordioso nas suas ações, em seu aspecto Shankar. A adoração a Shiva teve início e cristalização no período Neolítico entre os Dravidas, tornando-se um movimento filosófico e religioso, o Shivaísmo, que se sobrepôs ao animismo dos povos nativos do Sub-continente indiano. Contudo um dos epítetos de Shiva é de Shankara, o renovador.
O Vaishnavismo é a devoção ao Avatar de Vishnu, o Preservador. Krishna foi o avatar de Vishnu, que teve um papel preponderante na Batalha de Kurukshetra, sendo o condutor da biga de Arjuna e seu instrutor nos mistérios da Yoga, a fim de realizar a atitude correta e se desapegar dos vínculos emocionais. Pois Arjuna era o filho de duas casas que disputavam o poder na Índia os Pandavas, filhos de Pandu, que representavam as virtudes ou as qualidades mais altas, o caráter, e os Kauravas que representavam as vicissitude, a personalidade, que almejavam usurpar o poder na Índia. Como nos é mostrado no Bhagavad Gita.
Krishna foi filho da virgem Devaqui, que fugira disfarçada de penitente do alcance da irá de seu irmão o Rei Kansa, que havia enchido o seu coração de ódio por sua irmã ser aquela que traria o governante do mundo.
Devaqui e seu filho foram viver entre os anacoretas, uma tribo de pastores. O pequeno Krishna era destemido,cheio de audácia e de ações surpreendentes. Haviam súbitas imobilidade, profundas perturbações, e estranhas tristezas o tomavam ás vezes. Muitas vezes ele observava os demais absorto em pensamentos e reflexões. Porém este jovem príncipe refugiado amava profundamente sua mãe.
Neste momento fazemos uma analogia do nascimento de Krishna com o nascimento de Jesus, que nascera de uma virgem e teve de fugir da irá assassina de um rei que não desejava ser destronado. Krishna foi o avatar de Vishnu, que analogamente é a segunda pessoa do Trimurti, desta forma podemos comparar que a segunda pessoa do Trimurti é a segunda pessoa do Logos, que é o Cristo, e como Jesus foi o receptáculo do Segundo Logos da Santíssima trindade, então podemos comparar Krishna com Jesus neste aspecto.
Krishna subira o Monte Meru e quando o descera estava transformado. Uma energia irradiava do seu ser e se dirigiu aos seus companheiros dizendo-lhes: “Lutemos com os touros e contra as serpentes; defendamos os bons e esmaguemos os maus!”. Estes adentraram na floresta lutando contra as feras. Embora tristeza abatesse o seu coração, pois havia a manifestação de um desjo imenso, misterioso e inconfessado de encontrar sua mãe. Krishna foi enfrentar uma serpenta poderosa de um rei-feiticeiro, Calanemi, ao qual derrotou e depois fugiu após uma revelação feita pelo réptil abatido.
Após um mês de abluções e meditações à beira do Rio Ganges e se purificado na luz do Sol e no pensamento de Mahadeva, Krishna retorna ao seu país natal e ao Monte Meru. Após todos os eventos juvenis de Krishna teve sua iniciação ante seu tio o Rei Kansa, enfrentando-o e derrotando-o.
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