quinta-feira, 5 de agosto de 2021

O Confucionismo

 

O confucionismo é uma religião filosófica, cuja doutrina é ética e se derrama na política. Estes ensinamentos se baseiam na sabedoria de Confúcio (Kung-fu Tsu)[1], que foi considerado como o sábio de Lu.[2]

Esta religião dharmica teve importância decisiva no pensamento e na vida cotidiana da China durante de 25 séculos.[3] Contudo não pode ser considerada como uma religião devido a carência de transcendentalismo, redenção, ortodoxia ritual ou liturgia e hierarquia organizada. Ainda assim esta filosofia orienta as pessoas para uma harmoniosa realização individual e o bom governo da família, Sociedade e Estado.

Seu corpo doutrinário consta de uma série de normas e conceitos inter-relacionados, de cuja correta aplicação depende a eficiência de todo o sistema.[4] Confúcio afirma que os homens devem se inspirar no T’ien Ming (Mandato do Céu) a fim de viverem com retidão. Antes de abordarmos o que o sábio de Lu tem a dizer sobre a essência moral, é conveniente, antes de mais nada, abordemos dois conceitos que já eram correntes na época, que eram o Caminho (Tao)[5] e a Virtude (te).[6]

O termo Caminho parece cobrir a soma total de verdades sobre o Universo e sobre o homem, porém não som do indivíduo, mas também do Estado, e é neste ponto que Confúcio expõe o T’ien Ming na condução do Estado. Tanto o conceito de Caminho quanto o de Virtude eram conceitos correntes na época de Confúcio. Enquanto que Virtude (te) era uma benção que o homem recebeu do Céu, o que nos remete a um significado moral para Virtude.[7]

Os ensinamentos de Confúcio estão concentrados em cinco elementos: Ren (Humanidade), Yi (justiça), Li (ritual), Zhi (conhecimento) e Xin (integridade). Entre todos os elementos, o Ren (Humanidade) e o Yi (Justiça) são fundamentais. Às vezes, a moralidade é interpretada como o fantasma da Humanidade e da Justiça. Quanto ao ritual não devemos entendê-lo como um simples ritualidade vazia, mas sim como uma forma de polidez cotidiana que esmera as atitudes e a reveste de nobreza.

Agora devemos apresentar o fundador da filosofia, o homem que expôs as idéias que guiaram a sociedade do Estado de Lu e da China. Confúcio viveu entre 552 a.C e 489 a.C, em Tsou, descendente de Fu Fu He, que, embora fosse o filho mais velho do Duque Min de Sung, abriu mão do seu direito de sucessão ao seu irmão mais novo, que se tornou o Duque Li. O pai de Confúcio não é mencionado das fontes mais antigas. Entretanto o Duque Hsiang menciona um Shu He de Tsou, porém nada se sabe sobre sua mãe.[8]

Na juventude Confúcio desempenhou funções de pouca importância. Chegou a ser um pequeno oficial encarregado de lojas e encarregado de ovelhas e gado. Sua entrada para a vida oficial se deu quando a visita do Visconde de T’an ao Reino de Lu, para ser instruído sobre o sistema usado no tempo de Shao Hao para nomear oficiais de acordo com nomes de pássaros. Em 525 a.C. Confúcio tinha 27 anos, provavelmente, teria um cargo pequeno na corte de Lu.[9]

Confúcio teve de abandonar a sua pátria por motivos políticos em 496 a.C. e regressou em 483 a.C. Nos anos que passou no exílio representam o período principal de sua atividade doutrinária. Confúcio o preceptor e conselheiro de uma nova classe de proprietários e comerciantes que necessitavam de porta-vozes para sua ideologia.[10]


Notas e Referencias bibliográficas:

[1] CONFÚCIO – Os Analectos – L&PM Pocket – Porto Alegre – R.S. – Pág. 12.

[2] N.A. (Nota do Autor) - Lu foi um dos Estados Guerreiros anterior a formação da China.

[3]Enciclopédia Novo Século – Vol. 3 – Editora Visor – pág. 571.

[4] Idem – Ibidem.

[5] N.A. (Nota do Autor) – O Tao referido aqui não é o mesmo Tao abordado pelo Taoísmo, mas sim uma senda para as virtudes.

[6] CONFÚCIO – Op. Cit. – Pág. 13.

[7] CONFÚCIO – Op. Cit. – Págs. 13 e 14.

[8] CONFÚCIO – Op. Cit. – Págs. 166 e 167.

[9] CONFÚCIO – Op. Cit. – Pág. 168.

[10] Enciclopédia Novo Século – Op. Cit. – pág. 571.

Nenhum comentário:

Postar um comentário