Quando um jovem termina a faculdade uma preocupação que passa pela sua cabeça é a pós-graduação, quando não é o mercado de trabalho. Porém, o graduado acaba rumando para uma especialização, seja ela Lato Sensu (especialização e MBA – MasterBusiness Administration) ou Stricto Sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado).
Desta forma o acadêmico tem seu conhecimento aguçado para uma visão estreita de sua área científica ou tecnológica, sendo arremessados ao limbo oclocrático o
Polímata e o
FilósofoRespigador.
1
O polímata é o homem que tem um conhecimento científico e tecnológico. Também é conhecido como o homem multifacetado. O polímata é uma pessoa excepcional por seus talentos múltiplos, holísticos e aprofundados, apresenta as virtudes da investigação, do pensamento correto e da concentração correta.
2
Contudo, este sábio é execrado pela nossa sociedade oligofrênica, oclocrática, medíocre e desonesta e pelos demais acadêmicos materialistas, instituições universitárias e políticos alinhados com as políticas de esquerdas.
Podemos citar como um exemplo de polímata por excelência o mestre Leonardo Da Vinci, que possuía inúmeras habilidades e conhecimentos, foi pintor, músico (cantor), escultor, arquiteto, engenheiro, inventor, astrônomo, astrólogo, anatomista, biólogo, ornitólogo, geólogo, filosofo, alquimista e escritor.
3 Ousamos afirmar neste artigo que o mestre renascentista foi o único sábio polímata que até hoje não houve outro igual.
4
O filósofo respigador é o filosofo eclético, em virtude de sua ampla cultura e e sua grande capacidade de erudição, este sábio, investiga e aglutina todas as filosofias, em suas melhores e mais sublimes ensinos, a fim de promover a civilização.
5
Ele consegue juntar e conectar através da investigação comparativa todas as sabedorias dos Grandes Mestres, colocá-las em prática nas suas vidas e expô-las através do discurso e do exemplo de vida moral e ética.
6
Assim como o polímata, o filósofo respigador possui as mesmas virtudes e as mesmas angustias supra-citadas. São acusadas de serem “perdidos” e por isso são desacreditados ou ignorados.
Citamos neste artigo alguns respigadores que realizaram este
Modus Operandi no pensamento ocidental e colocaram em prática como Cicero
7, Giordano Bruno, Helena Petrovna Blavatsky e Jorge Angel Livraga Rizzi. Esta pessoas unificaram as filosofias ocidentais e orientais a fim de promoverem a civilização.
Estes dois tipos de notáveis – polímatas e respigadores – se distinguem dos demais intelectuais, pois transcenderam as mentes de desejos e organizativas (
Kama Manas), utilizando as suas mentes puras (
Manas) com amplitude, ou seja, utilizam uma parte das suas inteligências
Viveka.
8
Porém, a nossa sociedade acadêmica parece esquecer este detalhe importante e relega a pós-graduação ao estreitamento epistemológico.
9 Segundo o Prof.
Peter Burke, as universidades precisam criar um espaço para estas pessoas de inteligência
Viveka.
10
Pois, o nome
Lato significa amplo,
11 portanto tal pós-graduação deveria ser holística. Aliás, a educação precisa atender as vocações e a aristocracia
12. Sendo assim, o
Lato Sensu é o
sentido amplo (o grifo é nosso), e amplitude se relaciona com a holística, que tem o mesmo sentido.
Já o
Stricto Sensu, que significa
sentido estrito (o grifo é nosso), foram direcionados aos cursos de pós-graduação de longa duração e com o objetivo de aguçar o conhecimento, não de forma holística.
13 Entretanto, o sentido de
Stricto nos remete a ideia de hermetismo, uma guisa de conhecimentos restritos em que as merecedores são convidados a ingressar nesta senda. Mas, atualmente o ingresso ao
Stricto Sensu tem ocorrido através da rede de amizade ou de conhecimento ao invés de ser através do mérito e do caminho discipular.
14
Pois, as graduações são iniciações científicas aos portais do conhecimento e da investigação. Vide a formatura ser um ritual de passagem. E a pós-graduação seria esta entrada nos mistérios das ciências e da tecnologia. E nossa sociedade esta vazia de conhecimentos holísticos e quem os defenda.
15
Notas e referências bibliográficas:
1BURKE, Peter,
O historiador como colunista – Ensaios para a FOLHA – Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – R.J. - 2009 – pág. 182.
2BURKE, Peter,
Op. Cit. – págs. 179 à 181.
3BURKE, Peter,
Op. Cit. – pág. 181. e DA VINCI, Leonardo ( trad. MALVEZI, Marcos),
Anotações de Da Vinc – por ele mesmo – Editora Madras – São Paulo – S.P. - 2004 – pág. 09.
4N.A. (Nota do Autor) – Embora, haja inspiração por muitos de nós referente ao Leonardo Da Vinci não conseguimos realizar metade do que ele realizou.
5FERACINE, Luis,
Cícero – O maoior filosofo latino – Editora Escala – São Paulo – S.P. - 2011 – págs. 13 e 14.
7Marco Túlio Cícero, nasceu em 03 de janeiro de 106 a.C, em Arpino – filosofo, historiador, advogado e senador de Roma. em FERACINE, Luis,
Op. Cit. – págs. 36.
9BURKE, Peter,
O historiador como colunista – Ensaios para a FOLHA – Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – R.J. - 2009 – pág. 182. e ISASA, Michel Echenique e ALVES, Dimas Pincinato,
Filosofia e Vocação para Educadores – Trilha A – Editora Nova Acropole – Belo Horizonte – M.G. - 2009 – págs. 77 à 80 e 115 e 116.
10BURKE, Peter,
Op. Cit. – pág. 182.
12ISASA, Michel Echenique,
A Vocação nossa de cada dia – Editora Nova Acropole – Belo Horizonte – M.G. - 2010 – págs. 77 à 80 e 163 e 165.