Os estudos
sobre a Bíblia estão relacionados com a busca da sabedoria dos ensinamentos de
profetas, do Mestre Jesus e de seus discípulos. Tais estudos nos remetam a
idéia de uma importância de ler e estudar este Livro Sagrado, que norteia o
pensamento dos cristãos. Contudo a Bíblia Sagrada é um livro de sabedoria
esotérica, rica em simbolismos e arquétipos, que podem rechear a vida do estudante
da Bíblia de ensinamentos secretos.
A
Bíblia Sagrada se originou de uma natureza de oralidade que passou para uma
tradição registrada em manuscritos de pergaminhos, alguns proponentes da Bíblia
afirmam que esta se originou de uma revelação que testifica as noções populares
de que a linguagem humana é inadequada para falar sobre Deus. Entretanto o
Padre Geoffrey Hodson atesta que os registros da Bíblia são revelações de
ensinos ocultos e de símbolos de uma sabedoria esotérica, que os iniciados
nestes mistérios adentram a fim de obter as lições emitidas neste conjunto de
livros que compõe a Bíblia Sagrada.
Alguns
argumentam que a Bíblia fala numa linguagem que produz vívidas imagens na mente
do leitor. Contudo, esta é somente uma descrição da reação de alguns leitores;
outros podem não responder do mesmo modo às mesmas passagens, embora eles
possam captar a mesma informação delas. Assim, isso não conta contra o uso de
palavras como a melhor forma de comunicação teológica. Desta forma podemos
notar que alguns leitores têm uma compreensão literal da Bíblia, não absorvendo
o seu conteúdo oculto e hermético de seus ensinamentos.
A
introdução aos estudos da Bíblia nos serve para nos conduzir, tanto o estudante
iniciante como qualquer outra pessoa de inteligência analítica, que deseje se
aprofundar em alguns dos fundamentos deste campo espiritual. Porém, longe de
ser um estudo exaustivo, este estudo segue um caminho selecionado para
assegurar aos alunos um bom começo. Os estudos bíblicos tentam fornecer uma
visão pormenorizada e cronológica de o que é a Bíblia, assim como o que ela
trata, áreas da história e do conhecimento hermético da sabedoria. Porém, a
iniciação aos estudos oferece uma orientação mais branda a fim de conduzir uma disciplina
inicial das escrituras cristãs. Tal estudo é uma obra progressiva que hoje se
mostra uma tarefa para a vida toda em virtude de ser uma pesquisa constante a
fim de revelar a sabedoria que se encontra escondida em suas páginas e uma
inserção a prática de tamanha sabedoria.
O conteúdo
da Escritura consiste de todo o Antigo e Novo Testamento, sessenta e seis
documentos no total, funcionando como um todo orgânico. Contudo, existem
documentos que foram retirados da Bíblia devido ao Concílio de Nicéia que
excluiu no intuito de organizar, mas também de excluir os ensinamentos de
caráter mais esotéricos e de uma tentativa de construir uma igreja mais voltada
à construção de um Jesus mais mítico e histórico e de ensinamentos de mais
fácil entendimento e exotéricos, levando a um entendimento literal dos
Escritos, atendendo, desta forma a um público de inteligência rasa.
Mas
para o estudante da Bíblia, que a toma a sério, observa através de um estudo
comparado e de uma meditação profunda, cuja intenção é se desvencilhar dos véus
da superficialidade e se aprofundar nos ensinamentos mais profundos do Mestre
Jesus, o Cristo, a fim de alcançar o estado crístico em todos os seres humanos,
como nos afirma São Paulo:
“até que todos
alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à
maturidade, atingindo a medida da estatura da plenitude de Cristo.”
(Efésios
4:13 – Bíblia King James)
Desta
forma os ensinamentos de Jesus nos instiga a alcançarmos o mesmo estado de
espírito elevado que o dele. Lembrando que Jesus veio ao mundo com uma carga
dobrada de espírito, pois ele foi o receptáculo do Cristo, que é a Consciência
Cósmica do Deus-Filho. Muitos de seus ensinamentos, desde os mais esotéricos
aos mais exotéricos, são de inspiração moral, a fim de levar os seres humanos
ao caminho da retidão, que por sua vez nos levará a iluminação, ou seja,
abandonar o apego ao mundo material, que nos oprime.
Entretanto,
o estudo bíblico deve ser acompanhado de prática dos ensinos de Jesus, o
Cristo, e de uma vida de retidão moral para não cair em uma retórica vazia e de
um intelectualismo barato. Pois, segundo Raul Branco o que diferencia o cristão
do budista é a ausência de uma prática, pois o cristão é um fiel, diferente do
budista que se compromete com a prática dos ensinamentos. Sendo assim, o
cristão tem uma prática mais passiva do que o budista.
Conforme
foi dito pelo Padre Geoffrey Hodson cada parábola e versículo da Bíblia Sagrada
nos remete a conhecimentos mais ocultos em suas linguagens e tais ensinos nos
remetem a uma prática moral e uma busca por uma ascensão de união com Deus
através do despertar do Cristo em cada um dos corações humanos.
Portanto,
o estudo da Bíblia deve ser minucioso, porém não de forma literal, a fim de
lermos os ensinamentos simbólicos contidos nesta coletânea de livros que formam
a Bíblia Sagrada e nos engajarmos em tais ensinamentos para alcançarmos a
Glória da união com Deus e da libertação da Roda de Samsara.