sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O Casamento na Roma Antiga.

“Aonde tu fores Márcio, eu serei Marcia” – Fórmula matrimonial recitada por uma noiva do período romano imperial.
O cotidiano e a cultura romana são pouco citados nas aulas de História, referentes aos períodos das Romas, republicana e imperial, principalmente sobre a família e a formação desta, que são modelos que perduram até os dias de hoje, apesar das tentativas constantes de destruir a família, que apesar de serem diferente nos tamanhos a essência civilizatória é a mesma.
Haviam três tipos de casamentos na Roma Antiga: O Mano (junção de mãos); o Silemano (sem a junção das mãos) e o Usocápio (atualmente chamado de regime de concubinato, ou seja, viviam juntos). Sendo os dois primeiros escolhidos pelos pais, tanto o noivo para sua filha como a noiva para o filho, casamento arranjado. Já o Usocápio era escolhido pelo casal. A cerimônia de casamento Mano era solene e de fundo altamente familiar, em que o pai da noiva recitava uma fórmula, perante o fogo cerimonial doméstico, a fim de liberá-la dos compromissos com os ancestrais para adotar os do marido. Após a cerimônia doméstica, a noiva adornada com uma coroa de flores e bem vestida, é levada pelo pai até a casa do noivo, que a recebe e recita uma formula e ela recita outra se colocando sobre seus auspícios e dos ancestrais dele. Após a cerimônia ele a pega no colo e a leva para a casa e perante o portal recita uma formula, com a noiva ainda nos braços, e passa pela porta. Após uma outra recitação de prece, em que solicita a aceitação de sua recém-esposa aos ancestrais, será retirada a coroa de flores para se consumar o casamento, para depois ser recolocada, pois até o nascimento do primogênito a mulher ainda é considerada virgem.
Na cerimônia Silemano ocorriam todos os procedimentos, porém, a autoridade do pai da noiva era mantida e o noivo passava a ser parte daquela família, ou seja, um agregado. Esta forma de casamento ocorria em virtude da manutenção do status de uma família poderosa social e politicamente. Desta forma eram mantidos o prestígio e o poder através do casamento e das redes de relações de clientelismo na sociedade romana. Pode se observar que é mantido o patriarcalismo ainda neste caso. A modalidade Usocápio possuía a complexidade da aceitação, pois não ocorria a cerimônia de casamento e não era uma união arranjada pelos pais dos envolvidos, mas escolhida pelos protagonistas desta relação – o homem e a mulher – e decididos a viverem juntos. Porém não eram aceitos pelo colegiado de vizinhos e dos Pater Famílias, que passavam a repudiá-los e insutá-los durante um período de um ano. Após este período passam a serem aceitos por todos, embora esta união validade jurídica. Desta forma podemos observar que muitos destes Modus Vivendi da Antigüidade clássica perduraram até hoje, ou seja, tudo o que fazemos atualmente não é novidade, pois os homens de antanho já o faziam e a família era um patrimônio mantido tanto pelo homem, na figura do Pater Famílias, que representava o governo, a Lei, o sacerdócio ancestral e o mantenedor do patrimônio, dos valores mais elevados e da virilidade, assim como a mulher, que representava a cultura, o amor, o sacerdócio familiar, a educação, a doçura , portanto o matrimônio, a manutenção da união familiar.
Valores que precisam ser resgatados, baseados na ética, na moralidade, no amor, no respeito, na união e na importância das relações.

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