quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Evolução (Parte I) – Teoria e coerência.

A teoria da Evolução das Espécies foi um triunfo sobre o desconhecimento e o obscurantismo fanático e hoje corre um risco de ser censurado e esquecido nas escolas.
A Biologia é o estudo dos seres vivos sejam eles vegetais (botânica) e animais (zoologia), assim como outros microrganismos, fungos e humanos (antropologia). Mas, neste presente artigo, abordaremos a questão da Evolução dos animais.
Dentro da Geografia existe um estudo conhecido e organizado sobre a vida no Planeta – a Biosfera – que se organiza em formações vegetais e animais. O estudo referente à zoologia, e observado em conjunto com a Biologia, o fenômeno dos animais e sua distribuição no planeta, seu comportamento e sua relação com a cadeia da vida.
Naturalistas ingleses
Porém, a explicação referente à origem dos animais se dá através das teorias relacionadas a origem e a evolução das espécies. Antes de Charles Robert Darwin e Alfred Russel Wallace,[1] outros grandes sábios do passado como Tales de MiletoAnaximandro eAnaxímenes lançaram suas teorias relacionadas à origem da vida e sua evolução nos elementos água (Tales de Mileto e Anaximandro, mestre e discípulo, respectivamente) e ar (Anaxímenes, discípulo de Anaximandro).
Tales de Mileto e seu discípulo afirmavam que a vida se originou da água, entretanto foi Tales de Mileto quem propôs uma teoria mais racional e científica, em que a Natureza foi gerada deste elemento com animação própria, que movia-se e se transformava em diversas formas.[2]
Mas, para Anaxímenes o Ar seria o elemento de origem dos seres. Devido aos processos de rarefação e condensação, passando por transformações mesmo mantendo a sua essência original.[3] A partir destas duas proposições podemos afirmar, que através da análise destas duas idéias que os elementos se apresentam na geração da vida tanto como composição física e fisiológica como cenário de atuação.
Analisemos, caros(as) leitores(as), em um primeiro momento a vida se originou na água,[4] pois Anaximandro postulou através da observação o cuidado de certos peixes com suas crias, tais cuidados eram similares aos dos humanos, que para este filosofo, devido a fragilidade de nossos filhos, o ser humano teria se originado de outra espécie. [5] A partir desta comparação, das condições de nossas crias e dos registros fósseis destes peixes, Anaximandro nos brinda com a idéia de uma evolução.
Porém, como afirmamos neste presente artigo excluímos o ser humano como objeto de estudo, pois iremos concentrar as nossas analises nos animais.
Entretanto, foi o sábio Empedocles de Agrigento que, inicialmente, analisou e afirmou que todos os seres vivos são compostos dos quatro elementos (Ar, Água, Fogo e Terra).[6]
Para este sábio a origem e a composição dos seres vivos, tanto na separação destes como na reunião dos elementos, originou os seres vivos híbridos,[7] que estavam fadados à extinção em virtude de seus entraves e do processo de Seleção Natural, uma adaptação ao meio , em vez de uma intervenção divina, em que apenas os seres vivos homogêneos, puros, iriam sobreviver e prosperar. Contudo, a evolução das espécies não foi exposta nesta teoria de Empedocles.
A partir deste momento podemos observar que existe uma relação comparativa e analítica as descobertas de Darwin, no qual a Seleção Natural e a evolução das espécies, tendo como fator a luta pela existência.[8]
Segundo Richard Tarnas, Charles Robert Darwin, que através de suas investigações, conferiu a ciência um triunfo sobre o desconhecimento e o obscurantismo fanático.[9]Pois, Darwin teve respaldo investigativo e empírico de sua teoria com seu contemporâneo A.R. Wallace, também naturalista, que observou os mesmos fenômenos em pontos geográficos diferentes de seu contemporâneo e conterrâneo colega.[10] Sendo uma conquista da razão investigativa científica, ela se consagra como uma verdade que se desvela através da capacidade humana que hoje esta ameaçada com a imposição da PL (Projeto de Lei) 8099/2014, que deseja impor o criacionismo nas escolas.
A evolução das espécies é uma retomada do conhecimento analítico relacionado às transformações de espécies animais ancestrais que originaram outras espécies ou grupos de seres de uma mesma linhagem.[11]
Mesmo as grandes e dramáticas mudanças, como os ciclos de catástrofes, descobertos, expostos e defendidos pelo Barão de Cuvier (Georges Cuvier - pai da paleontologia),[12] como formas de marcar e classificar as eras. Desta forma a vida, a luta pela existência e o processo de Seleção Natural persistiram, podemos até afirmar que tais catástrofes naturais fazem parte deste processo, pois nos mostram que a Biosfera esta relacionada com a Geologia e o clima,[13] ou seja, as transformações destes dois fatores, mesmo que de forma trágica, segundo o Barão de Cuvier, influenciam intrinsecamente a vida no Planeta.
Barão de Cuvier
Em síntese, Darwin e Wallace nos mostram que como afirmava um título de um sábio oriental - o Bhaktivedanta Swami Prabhupada – A Vida vem da própria Vida, pois todos os seres viventes são oriundos de outros seres vivos, que lutam para existir através de suas gerações futuras, que se adaptam as mudanças geológicas e climáticas.
Notas e referencias bibliográficas:

[1]N.A. (Nota do Autor) – Charles Darwin e Alfred R. Wallace eram contemporâneos e realizaram pesquisas na área do Naturalismo e das espécies.
[2]MESQUITA, André Campos – Darwin – o Naturalista da evolução das espécies– Edit. Escala – São Paulo – S.P. – 2011, pág. 19. e TARNAS, Richard – A Epopéia do Pensamento Ocidental – Bertrand Brasil – Rio de Janeiro – R.J. 2008, pág. 34.
[3]Idem - Ibidem. e  TARNAS, Richard – Op. Cit. – pág. 503.
[4] TARNAS, Richard – Op. Cit. – pág. 503.
[5]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – pág. 20.
[6]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – pág. 21.
[7]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – pág. 22.
[8]DARWIN, Charles – A Origens das Espécies – Edit. Martin Claret – São Paulo, S. P. – 2014 – Págs. 119 e 171 e TARNAS, Richard – Op. Cit. – pág. 311.
[9] TARNAS, Richard – Op. Cit. – págs. 307 e 311.
[10]MESQUITA, André Campos – Op. Cit. – págs. 122 a 125.
[11] DARWIN, Charles – Op. Cit. – págs. 163 à 167, 200 e 201 e 639.
[12]Enciclopédia Novo Século - Edit. Visor – São Paulo, S. P. – 2002 – Vol. 3 e 10.
[13] DARWIN, Charles – Op. Cit. – págs. 153 e 177.

domingo, 2 de agosto de 2015

Os males da democracia.

Dos episódios I ao III de Guerra nas Estrelas, o autor George Lucas fez uma crítica sútil a fraqueza da democracia.1
A democracia apresenta infinitos postos fracos em suas estruturas. O próprio Platão criticou a democracia ateniense, em virtude desta forma de governo ter condenado a morte Sócrates, um homem sábio e honesto, além de sempre voltar atrás em uma decisão tomada e privilegiar a quantidade em detrimento da qualidade. Através destes pontos citados pelo sábio de Atenas é que podemos tecer a nossa crítica.
Primeiro ponto: O julgamento e condenação de Sócrates nos mostra, segundo Platão, que a democracia sempre execra, ostraciza e, quando for conveniente, executa os sábios, os virtuosos e os dignos a fim de silenciar os exemplos morais humanos.2
Segundo ponto: Quando é votado ou escolhido um projeto que irá guiar os povos no caminho da civilização e trazer benefícios a sociedade, volta-se atrás a situação, que é deixada no limbo ou na entropia, gerando dores desconfortos e descontentamentos. E pela falta de seriedade deste regime as leis não são cumpridas.
Terceiro ponto: É um regime que tem compromisso com a quantidade a fim de obter respaldo numérico em detrimento da qualidade, ou seja, a coerência e a sabedoria. Pois, discursa-se para as massas, falando aquilo o que o povo quer ouvir, sem compromisso com a Paidéia e com a Justiça.
Porém, acrescentemos mais algumas críticas sinceras e coerentes a democracia.
Os fenômenos históricos do Iluminismo e da Revolução Francesa haviam dado uma nova roupagem para a democracia, mais abrangente, mais deturpada e mais perigosa, em virtude de revestir de arrogância a plebe3, que para Ortega Y Gasset a democracia contemporânea é uma hiperdemocracia, em que a plebe age por meio de pressões materiais para seus apetites insaciáveis sejam atendidos,4 ou seja, os seus prazeres obtidos sem herdar as angústias e as responsabilidades de sua participação leviana, ingrata e mimada.5 Neste ponto observamos para a oclocracia, devido a abertura decadente que este regime político caminha.6
assalto a casa do marquesdestruição da Biblioteca da Alexandria
Outro grande mal da democracia é a participação obrigatória dos povos, tanto para eleger como para ser eleito7, pois a participação inclusiva obriga a todos que possuem forma humana a participar no processo eleitoral, seja ele um adolescente ou um analfabeto, pois perante a lei eleitoral, todos são cidadãos e esta cidadania eleitoral é estendida a esta massa8 massa amorfa e bestializada e aos criminosos, estejam eles encarcerados ou livres para cometer crimes na véspera do dia da eleição.
Em virtude do processo eleitoral não possuir critérios para candidatos, qualquer um ou qualquer coisa pode se candidatar para a política, não precisa ter méritos, virtudes ou coerência, aliás, virtuosos e sábios são excluídos desta sociedade, pois representam uma ameaça ao Modus Operandi da democracia. Para ser eleito, basta discursar o que a plebe deseja ouvir, bajulando e enaltecendo os seus desejos desnecessários, tornando-se “amigo das massas”, ou seja, ser um demagogo, sem preparo, sem estofo, sem lapidação, sem refinamento e sem verniz.9
Devido a retórica em que “a democracia é um regime em eterna construção” é que se esconde a sua fraqueza, utilizando o recurso da imagem de variadas formas, cores, posições e matizes que trazem a ideia de beleza nas variedades apresentadas ela ilude co sua ideia de liberdade e diversidade em um governo em que todos mandam em detrimento do Bom Senso e das Leis Naturais. Neste regime manda as multidões e sua eterna fome e seus instintos bestiais.10
Como foi dito anteriormente, a democracia é uma forma de governo em que, devido a sua fraqueza e corrupção, tende a abrir as portas para as tiranias oclocráticas (de esquerda), tiranias plutocráticas (oligarquias oportunistas, fascismos e, a emergente, teocracia fanática monoteísta ou clerocracia fundamentalista, sempre através de golpes de Estado, mesmo tendo o aval eleitoral numérico da democracia).
Infelizmente, caro(a) leitor(a), a democracia é a decadência da oligarquia e o arauto da oclocracia11 e, como foi, exposto por George Lucas, a democracia tem fraquezas que coloca em risco a sua frágil existência.
Sendo assim, a democracia é uma forma de governo que se consolidou graças a Revolução Francesa e que se tornou única no mundo devido a sua violência e do enfraquecimento das oligarquias, Timarquias12 e Aristocracias, estes regimes são incompreendidos pelo povo e pelos homens contemporâneos. Mas, a democracia é o único regime que aparece para nós.
Isto é uma piada

Notas e referências bibliograficas:

1N.A. (Nota do autor) - No terceiro episódio o Sith Darth Sidious aplicou um Golpe de Estado em virtude da fraqueza e da corrupção do senado da república galáctica, porém os Jedis Yoda e mace Windu dialogam em derrubá-lo e controlar provisóriamente o governo da galáxia, ou seja, um Golpe de Estado instaurando um ditadura como nos moldes da Roma Antiga. Porém, a série mostra os passos dados para este acontecimento.
2PLATÃO - A República – Editora Martin Claret – São Paulo – S.P. - 2012 – págs. 251 a 259.
3ORTEGA Y GASSET, José - A Rebelião das Massas – Martins Fontes – São Paulo – S.P. - 2007 – págs. 95, 281 e 282.
4ORTEGA Y GASSET, José - Op. Cit. – págs. 47, 48, 53 e 89.
5ORTEGA Y GASSET, José - Op. Cit. – págs. 133 a 135. PLATÃO – Op. Cit. – págs. 253 e 259. GRACIAN, Baltazar - A Arte da Prudência – Editora Martin Claret – São Paulo – S.P. - 2009 – págs. 107 a 108.
6FERACINE, Luiz - Cícero – O maior filósofo latino – Editora Escala – São Paulo – S.P. - 2011 – pág. 69. N.A. (Nota do Autor) – Ver artigo referente a oclocracia:http://www.gostodeler.com.br/materia/17904/oclocracia.html
7REMOND, René - O Séc. XIX: 1815 - 1914 – Editora Cultrix – São Paulo – S.P. - 1997 – pág. 77.
8REMOND, René - Op. Cit. – págs. 61 a 65, 68 e 69.
9PLATÃO – Op. Cit. – pág. 255.
10PLATÃO – Op. Cit. – pág. 254.
11PLATÃO – Op. Cit. – pág. 254.
12N.A. - Timárquia ou Timocracia é o regime em que o valor da coragem, aos valores militares e do culto ao lider prevalecem Ver em PLATÃO – Op. Cit. – pág. 232 a 237.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Bicho Solto?

“Gosto de criar neus filhos assim...bicho solto!!!” - palavras de uma parideira ou de um... “pai”?!?
Toda vez que ouvimos a expressão em epigrafe, antecedida da sentença meu (minha) filho(a) ou filhos, temos diversas reações. Desde a idéia de liberdade para os filhos ao espanto civilizatório.
As crianças hoje em dia expressam uma personalidade forte somado a ilusão de liberdade e um descompromisso dos pais frente a educação dos filhos.
Tal atitude é muito factual nas camadas mais pobres e baixas de nossa sociedade, embora as camadas mais altas e abastadas cometem o mesmo erro. Filhos não são troféus de uma noitada de prazer e precisamos, segundo o casal Eyre, estarmos atentos e presentes na educação de nossos filhos constantemente.1 Principalmente com relação as amizades e os colegas, sejam eles da rua ou da escola ou de agremiações.
Segundo Steve Biddulph, quando nossos filhos alcançam a idade de quatorze anos, eles buscam fora de casa outros exemplos para seguirem, devido a esta fase ser a busca de aventuras e fortes emoções, tal fato nos remete a questão da atenção, pois se faz necessário estarmos presentes neste período que a progênie entra em contato com o mundo, a sociedade e a juventude, com isso haverá a importância de bons exemplos, bons mestres, a fim de completar a formação social, da personalidade e do caráter de nossos filhos.2
Desta forma estar presente na formação de nossos filhos não é de preservar demais e nem de expô-los desnecessariamente e fora da época correta.3
Assim como queremos deixar um mundo melhor para nossos filhos, então temos a obrigação de deixarmos filhos melhores para o mundo.4
Devemos pautar a educação ministrada aos nossos filhos no conceito máximo da Lei de Causa e Efeito e nos ditamos sociopolíticos do Bom, Belo, Justo e Verdadeiro, para que jamais caiam nos crimes e nas vicissitudes.5 Pois nossos filhos não são bichos e nosso mundo não é um zoológico.
Notas e referencias bibliográficas:
1EYRE, Linda & Richard – O Livro da Valorização da Família – M. Books do Brasil Ltda. - 2003 – São Paulo – S. P. - págs. 150 à 155.
2BIDDULPH, Steve – Criando Meninos: para pais e mães de verdade. - Editora Fundamento Educacional Ltda. - 2011 - São Paulo – S. P. - págs. 27 à 32.
3EYRE, Linda & Richard – Op. Cit. – págs. 167 e 170.
4BRUCE, Ian – Pai, Você é muito mais do que um amigo! - Universo dos Livros Editora Ltda – 2012 – São Paulo – S. P. - pág. 196.
5N.A. (Nota do Autor) – Segundo o sábio vizir Ptah-Hotep devemos criar os filhos dentor dos preceitos da educação a fim de formar um cidadão aristocráta.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Pós-graduações holísticas.



Quando um jovem termina a faculdade uma preocupação que passa pela sua cabeça é a pós-graduação, quando não é o mercado de trabalho. Porém, o graduado acaba rumando para uma especialização, seja ela Lato Sensu (especialização e MBA – MasterBusiness Administration) ou Stricto Sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado).
Desta forma o acadêmico tem seu conhecimento aguçado para uma visão estreita de sua área científica ou tecnológica, sendo arremessados ao limbo oclocrático o Polímata e o FilósofoRespigador.1
Homem Vitruvianofilósofo eclético
O polímata é o homem que tem um conhecimento científico e tecnológico. Também é conhecido como o homem multifacetado. O polímata é uma pessoa excepcional por seus talentos múltiplos, holísticos e aprofundados, apresenta as virtudes da investigação, do pensamento correto e da concentração correta.2
Contudo, este sábio é execrado pela nossa sociedade oligofrênica, oclocrática, medíocre e desonesta e pelos demais acadêmicos materialistas, instituições universitárias e políticos alinhados com as políticas de esquerdas.
Podemos citar como um exemplo de polímata por excelência o mestre Leonardo Da Vinci, que possuía inúmeras habilidades e conhecimentos, foi pintor, músico (cantor), escultor, arquiteto, engenheiro, inventor, astrônomo, astrólogo, anatomista, biólogo, ornitólogo, geólogo, filosofo, alquimista e escritor.3 Ousamos afirmar neste artigo que o mestre renascentista foi o único sábio polímata que até hoje não houve outro igual.4
Mestre reascentista
O filósofo respigador é o filosofo eclético, em virtude de sua ampla cultura e e sua grande capacidade de erudição, este sábio, investiga e aglutina todas as filosofias, em suas melhores e mais sublimes ensinos, a fim de promover a civilização.5
Ele consegue juntar e conectar através da investigação comparativa todas as sabedorias dos Grandes Mestres, colocá-las em prática nas suas vidas e expô-las através do discurso e do exemplo de vida moral e ética.6

Assim como o polímata, o filósofo respigador possui as mesmas virtudes e as mesmas angustias supra-citadas. São acusadas de serem “perdidos” e por isso são desacreditados ou ignorados.
Citamos neste artigo alguns respigadores que realizaram este Modus Operandi no pensamento ocidental e colocaram em prática como Cicero7, Giordano Bruno, Helena Petrovna Blavatsky e Jorge Angel Livraga Rizzi. Esta pessoas unificaram as filosofias ocidentais e orientais a fim de promoverem a civilização.

Estes dois tipos de notáveis – polímatas e respigadores – se distinguem dos demais intelectuais, pois transcenderam as mentes de desejos e organizativas (Kama Manas), utilizando as suas mentes puras (Manas) com amplitude, ou seja, utilizam uma parte das suas inteligências Viveka.8
Porém, a nossa sociedade acadêmica parece esquecer este detalhe importante e relega a pós-graduação ao estreitamento epistemológico.9 Segundo o Prof. Peter Burke, as universidades precisam criar um espaço para estas pessoas de inteligência Viveka.10

Pois, o nome Lato significa amplo,11 portanto tal pós-graduação deveria ser holística. Aliás, a educação precisa atender as vocações e a aristocracia12. Sendo assim, o Lato Sensu é o sentido amplo (o grifo é nosso), e amplitude se relaciona com a holística, que tem o mesmo sentido.
Já o Stricto Sensu, que significa sentido estrito (o grifo é nosso), foram direcionados aos cursos de pós-graduação de longa duração e com o objetivo de aguçar o conhecimento, não de forma holística.13 Entretanto, o sentido de Stricto nos remete a ideia de hermetismo, uma guisa de conhecimentos restritos em que as merecedores são convidados a ingressar nesta senda. Mas, atualmente o ingresso ao Stricto Sensu tem ocorrido através da rede de amizade ou de conhecimento ao invés de ser através do mérito e do caminho discipular.14
Pois, as graduações são iniciações científicas aos portais do conhecimento e da investigação. Vide a formatura ser um ritual de passagem. E a pós-graduação seria esta entrada nos mistérios das ciências e da tecnologia. E nossa sociedade esta vazia de conhecimentos holísticos e quem os defenda.15

Notas e referências bibliográficas:
1BURKE, Peter, O historiador como colunista – Ensaios para a FOLHA – Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – R.J. - 2009 – pág. 182.
2BURKE, Peter, Op. Cit. – págs. 179 à 181.
3BURKE, Peter, Op. Cit. – pág. 181. e DA VINCI, Leonardo ( trad. MALVEZI, Marcos), Anotações de Da Vinc – por ele mesmo – Editora Madras – São Paulo – S.P. - 2004 – pág. 09.
4N.A. (Nota do Autor) – Embora, haja inspiração por muitos de nós referente ao Leonardo Da Vinci não conseguimos realizar metade do que ele realizou.
5FERACINE, Luis, Cícero – O maoior filosofo latino – Editora Escala – São Paulo – S.P. - 2011 – págs. 13 e 14.
6Idem – Ibidem.
7Marco Túlio Cícero, nasceu em 03 de janeiro de 106 a.C, em Arpino – filosofo, historiador, advogado e senador de Roma. em FERACINE, Luis, Op. Cit. – págs. 36.
9BURKE, Peter, O historiador como colunista – Ensaios para a FOLHA – Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – R.J. - 2009 – pág. 182. e ISASA, Michel Echenique e ALVES, Dimas Pincinato, Filosofia e Vocação para Educadores – Trilha A – Editora Nova Acropole – Belo Horizonte – M.G. - 2009 – págs. 77 à 80 e 115 e 116.
10BURKE, Peter, Op. Cit. – pág. 182.
11http://www.significados.com.br/lato-sensu/ acessado em 28 de junho de 2015 às 13:05.
12ISASA, Michel Echenique, A Vocação nossa de cada dia – Editora Nova Acropole – Belo Horizonte – M.G. - 2010 – págs. 77 à 80 e 163 e 165.
13http://www.significados.com.br/stricto-sensu/ acessado em 28 de junho de 2015 às 13:06.
15http://www.gostodeler.com.br/materia/18910/consideracoes_sobre_o_batismo_e_as_iniciacoes_pueris.htmle ISASA, Michel Echenique e ALVES, Dimas Pincinato, Op.Cit.– págs. 18 à 30.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Transporte público.

Um registro oral sobre os transportes coletivos na Espanha e no Rio de Janeiro.
Sociopolítica
Mais uma vez a senhora Dulciléia Rangel1 colabora conosco e nos relata comparativamente sobre os serviços de transportes coletivos no Brasil, especificamente no Grande Rio, e a Espanha, aonde ela residiu durante um bom tempo. Nesta colaboração ele nos relata que exite uma imensa diferença nas formas e nas condutas cotidianas, aproveitamos para lançar a nossa crítica relativa a inexistência de educação e bom-senso dos usuários dos ônibus coletivo.
Dulciléia Rangel: “Roberto. Eu pergunto, se o motorista atualmente pode fazer o papel de cobrador, em alguns ônibus, por quê, então ele precisa sair com o ônibus ainda com as pessoas se acomodando para sentar?”
Roberto Bastos: “Imediatismo de nossa cultura.”
Dulciléia Rangel: “Aliás...isso ocorre até com as pessoas que estão entrando no ônibus, mesmo quando há um cobrador no coletivo. Isso não tem cabimento!!!”
Roberto Bastos: “É verdade. Muita gente se machuca neste processo. E tudo para fazer ficha ou número e atender ao imediatismo deste povo bárbaro.”
Dulciléia Rangel: “Na Espanha, aonde morei durante um tempo não é assim.”
Roberto Bastos: “Cara senhora. Poderia então nos relatar e comparar como é na Espanha? Este país europeu considerado por alguns oligofrênicos como apenas um país “Ibérico”.”
Dulciléia Rangel: Na Espanha o condutor de ônibus faz o papel de cobrador, também. Ele para no ponto de ônibus as pessoas sobem educadamente, saúdam o condutor, ele cobra os usuários e estes se sentam. Ele, ao final deste processo,verifica se estão todos sentados para, assim, partir com o ônibus.
Roberto Bastos: “Nossa!!! Seria magnifico e justo se ocorre aqui no Brasil este procedimento.”
Dulciléia Rangel: Pois é. É uma questão de educação, de polidez e de urbanidade. Aqui no Brasil parece que não tem e se recusa a ter, isso é muito triste. E no Brasil se o motorista não pode falar ao celular, então por que ele deveria cobrar a passagem enquanto dirige? Isto é o equivalente ao falar ao celular.
Roberto Bastos: “O Brasil perdeu sua civilização desde a proclamação da República. Perdemos o nosso rumo civilizatório e hoje se exalta a barbárie, a oligofrenia, a oclocracia, a desonestidade e a bestialidade.”
Dulciléia Rangel: “Ah!!! Outra questão. O abuso de aparelhos de sons em altura máxima, utilizadas por gente mal educada nos ônibus. Ainda mais, quando é o funk. Na Espanha respeita-se o espaço do outro as pessoas utilizam seus fones de ouvido para ouvir. E olha que não é Lei, mas força do costume.”
o correto
Roberto Bastos:“Vou te responder esta através de dois artigos, que recomendo você ler - “Música Clássica e Educação” e “A Ética em processo de extinção”2, esta de autoria da senhorita Ísis Nogueira, colunista do Gosto de Ler . Não existe mais no país, principalmente no Rio de Janeiro, o respeito pelo próximo e nem o respeito e cumprimento das Leis, típico na democracia.”
Dulciléia Rangel: “As pessoas precisam aprender a respeitar o outro não somos obrigados a ouvir o que os outros ouvem.”
Roberto Bastos: “Isto é chamado de oclocracia, ou seja, a tirania do populacho desclassificado e ignóbil sujeitando seus desejos bestiais na sociedade. Mais uma vez agradeço a tua colaboração ao site Gosto de Ler.”
Dulciléia Rangel: “De nada, foi um prazer colaborar convosco.”
Contudo não terminamos aqui este artigo pois, além de registro oral da senhora Dulciléia Rangel o relato de um condutor3 do BRT (Bus Rapid Transport) e uma visão do próprio autor referente ao público. Este condutor nos relata que diversas pessoas entram por fora da estação do BRT para não pagarem as passagens, ou seja, ressurge a figura do “caloteiro”. Além do presente autor ver pessoas utilizando o espaço de circulação do BRT como ciclovia ou passarela, atravessando aonde não deve ser atravessado.
Se as pessoas não querem pagar o valor devido então protestasse contra o valor da passagem que hoje se encontra no valor abusivo e paradoxal de R$3,40 no Rio de Janeiro, em São Paulo (capital) o valor é de R$3,50. Os protestos e o descontentamento foi apenas em junho de 2014 e ficou por isso mesmo.
Retomando o raciocínio referente a relação público/BRT esta modalidade de transporte foi uma interessante iniciativa para as cidades, porém não contou com um povo mal-educado, desonesto e velhaco que faz de tudo para levar vantagem desnecessária.
Notas e referencias:
1N.A. (Nota do Autor) – A química Dulciléia Rangel colaborou com o artgo referente ao contexto musical da década de 1970 através de uma entrevista concedida.
2Ver artigo de Ísis Nogueira em http://www.gostodeler.com.br/materia/14736/a_etica_em_processo_de_extincao.html?sms_ss=blogger&at_xt=4d67c1679dde5c51%2C0
3N.A. - Do qual preservaremos o seu anonimato a fim de protegê-lo.