sábado, 3 de novembro de 2012

Em defesa dos cursos Politécnicos

Os cursos Politécnicos, voltados as áreas tecnológicas, são tão importantes quanto os cursos de bacharelados e licenciatura para atender as demandas do mercado de trabalho. Porém, não incentivamos o ingresso nesses cursos.
Os cursos de graduação tecnológica ou cursos Politécnicos são disciplinas que atendem a demanda de mercado de trabalho de forma direta, principalmente, nas áreas tecnológicas e operacionais. Tais cursos não são incentivados pela nossa sociedade em virtude do preconceito e do desdém. Uma das muitas verdades é que a nossa sociedade esta apegada a idéia e a opinião de que somente os cursos “intelectualizados“ é que têm e seu “verdadeiro valor”. Cada curso atende a um setor da sociedade, formando um mosaico de funções, setores e vocações que se complementam em sua atividades de forma harmônica.
Os nossos erros são: não observarmos as vocações de nossos jovens para o que eles têm aptidão. Apenas incentivamos a ganhar dinheiro em detrimento da auto-realização. A nossa sociedade necessita aprender a trabalhar com perfeição, profissionalismo, seriedade, atenção e consciência (domínio de si mesmo). Devemos nos ater as Graduações Tecnológicas por serem cursos superiores que atendem as áreas ligadas as tecnologias e operações necessárias para o progresso do país e da auto-realização vocacional desses tecnólogos. Porém, nem todos têm esta vontade, esta capacidade ou ambição, preferem exercer suas funções de níveis médios ou fundamentais. Realmente a sociedade e o mercado de trabalho precisam deles para exercer as funções necessárias no apoio. Desta forma se faz necessário o incentivo ao ingresso e ao estudo nos cursos profissionalizantes dos níveis médios e fundamentais, para lapidar, aperfeiçoar e qualificar estas pessoas.
Até porque, para ganhar dinheiro qualquer um ganha, mas para ter qualidade de vida precisa de estudo ou consciência. Assim como se faz necessário retornar com as disciplinas Moral & Cívica e O.S.P.B. (Organização Social e Política Brasileira – pra o grau Médio) a fim de formar a Paidéia e civilizar o nosso povo. Sendo assim, as Graduações Tecnológicas têm a missão de formar profissionais operativos – os tecnólogos – na demanda do mercado de trabalho, no mosaico social e na auto-realização de pessoas, ou seja, trabalham suas vocações.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Helena Petrovna Blavatsky: A mulher mais sabia do Séc. XIX.

Uma resumida biografia de uma das mais polêmicas mulheres do Séc. XIX, porém carismática e sábia. Helena Petrovna Blavatsky, que fundou a Sociedade Teosófica e viveu intensamente, mudando paradigmas na sociedade ocidental.
Nascida na cidade de Ekaterisnoslav, do antigo Império Russo, entre os dias 30 e 31 de julho de 1831( Calendário Juliano – 12 de agosto no caledário Gregoriano), exatamente à meia-noite – considerada uma noite mágica em virtude pelo povo russo, pela eqüivalencia à noite de São João nos países europeus. Filha primogênita de um família de nobres russos, nasceu prematura, o que lhe conferiu uma saúde debilitada, porém, manifestou em sua infância poderes psíquicos inatos. Segundo as afirmações Giordano Bruno, filosofo e escritor renascentista, tais poderes são inatos nas crianças – o que ele afirmava como a Magia das Crianças, pois elas nascem com estas capacidades sobrenaturais e que são forçadas a abandoná-las devido a ignorância dos pais, da sociedade e de dogmas religiosos, ou seja são castradas de seus poderes latentes – e devido ao contesto da época e da sociedade superticiosa, a manifestação destes poderes a isolou de sua família e posterormente dos criados da casa.
Ao longo de sua adolescência quebrou regras sociais, mas sem ferir a moral de sua família, porém seu comportamento impulsionou a família a arranjar um casamento rápido e o fizeram ao atingir a idade de 16 anos com um ancião de 70 anos, Nicéforo Blavatsky. Três meses depois fugiu, embora o ancião fosse um homem bondoso, retornou dez anos depois para a anulação do seu casamento. Teve uma vida de intensas aventuras, vivendo como reporte de guerra ao lado das tropas de Garibaldi, disfarçada de rapaz, nas lutas do Rio da Prata entre o Império Português e os recem criados países de língua espanhola, foi presa neste momento. Com suas viagens os poderes parapsicologicos foram se acentuando. Poderes esses que se mainfestaram na infância como premonições, levitação e fenômenos ligados a mediunidade. A descrição de seus contemporâneos transitava entre os extremos de admiração e os extremos de desprezo. Era uma pessoa fascinante, senhora de virtudes como carisma, inteligência, vivacidade pessoal, e um grande senso de humor. Seu comportamento era imprevisível , longe das convenções sociais, era dramática, impulsiva e propensa a dar escândalos, a opinião dos outros lhe era indiferente, mas não era esnobe. Falava abertamente sobre sexo, embora não deixava parecer alguma natureza sensual. Seus artigos encheram as páginas dos principais jornais da era Vitoriana, quase todos assinados com pseudonimos, em uma época propensa à aventura e ao exotismo, das quais Helena Petrovna Blavatsky percorreria.
Em 1868, recebeu um aviso de seu mestre para se juntar a ele na cidade Constantinopla, para uma jornada ao Tibete, permanecendo um tempo no mosteiro Tashi Lhunpo em Tsi-Gá-Tsé, a sede do Panchen Lama. Recebida por ele como discípula e introduzida no Budismo Tibetano, recebendo ademais uma preparação especial para sua futura missão no ocidente. Traduziu o Livro Tibetano dos Preceitos de Ouro para o inglês. Em 1872 fundou no Cáiro, Egito, a Sociedade Espírita (La Société Spirite), onde pretendia incentivar os fenômenos espíritas e mediúnicos codificados por Allan Kardec. Deixando esta sociedade mais tarde.
Em 1875 fundou a Sociedade Teosófica, em Nova York, com a ajuda do Coronel Henry Steel Olcott e William Quan Judge para discutirem ocultismo e outros relacionados ao esoterismo e filosofia. Publicou diversos livros relacionados a esses temas até 08 de maio de 1891, em Londres. Seu corpo foi cremado e jogado no Rio Tâmisa. Portanto Helena Petrovna Blavatsky foi uma mulher que marcou época e levou o conhecimento oculto aos ocidentais, que estavam divididos entre o materialismo, o ateísmo e a força de uma época, que estranhava-se outros valores atemporais, costumes diferentes e alternativas espirituais, científicas e filosóficas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

As Festas Juninas.

Uma pequena História cultural sobre as Festas Juninas. Suas origens, resistências e detalhes que compõe a cultura do Brasil. Segundo alguns historiadores as origens destas comemorações são oriundas dos cultos pré-cristãos, que celebravam os ciclos lunares e solares, que estão ligados a vida agrícola, dos quais os homens daquela época estavam sintonizados. Principalmente os períodos de colheitas e das mudanças das estações, em destaque os solstícios, que comemoravam as transições sazonais. Nestas comemorações que podemos observar as reminiscências do Culto ao Fogo, em que se acendiam as fogueiras e as saltavam por cima delas para celebrar o solstício de verão europeu e a vitória da luz sobre a escuridão. Com o domínio do cristianismo, que em um primeiro momento perseguiu e recriminou, para depois adotar, pois esta manifestação cultural possui força e serão colocados nestas datas os santos /mártires da cristandade católica, principalmente a figura de São João Batista, antecessor de Jesus Cristo de Nazaré, que em virtude de seu nascimento. Segundo o conto popular, Isabel, prima de Maria, mandou seu marido, Zacarias, acender a fogueira para avisar o nascimento de João, sei meses depois seria a vez de Jesus Cristo. Como ocorreu uma assimilação dos cultos pagãos nas celebrações pode ser observado que durante o solstício de inverno (no hemisfério sul) realizam-se as comemorações referentes a São João Batista e outros santos, enquanto no solstício de verão (no mesmo hemisfério) é comemorado o nascimento de Jesus Cristo de Nazaré, que analogamente eram comemorações referentes às mudanças de estações. Embora tenham sido perseguidas, as comemorações e suas práticas, como a dança – quadrilha e dança de salão - recreações, comidas típicas, encenação de casamento caipira e adivinhações foram assimiladas pelas suas forças, em virtude disto as Festas Juninas perduram até os dias de hoje. E foram acrescentando hábitos e costumes dos povos no Brasil. Apesar das danças terem sido uma prática originada pela nobreza, ocorreu assimilação e adaptação por parte da sociedade, que realiza em suas Festas Juninas a execução das danças, mas no lugar da fidalguia, com sua elegância, os executores da quadrilha junina são os caipiras, o sertanejo. Assim sendo, pode ser contemplado uma colaboração da nobreza e das classes altas na cultura. Portanto, esta é uma manifestação popular que ultrapassa o limite ou a idéia (ilusão) de classes. Por isso as Festas Juninas são as mais populares de todas as festas, por sua força e tradição. Porém não só a Igreja Católica a assimilou como também foi adotada por outras linhas cristãs e outras religiões, com o objetivo de dialogar com a cultura vigente e com o povo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Para que serve a História e a quem ela serve? - HISTÓRIA

“Professor!!! Para que me serva a História?” – Pergunta de um aluno do segundo segmento do Ensino Fundamental. A história é a ciência do homem no tempo, ou seja, o ser humano tem historicidade. A História nos serve para colocar na memória os passos da humanidade, nos identificar no tempo e espaço; apresentar os processos de formação de uma civilização, através da dinâmica de causa e efeito; narrar a vida dos homens de antanho; compreender os processos de mudanças e permanências dos fenômenos sociopolíticos e culturais e, enfim, fazer entender os devires históricos dos homens, para não cometerem os mesmos erros, além de indicar a grandeza dos gigantes de antanho e seus exemplos morais, rumo a eternidade. Depois de ser explicada, a serventia da História, se faz necessário citar, com seriedade, as dificuldades que se apresentam nas aplicações das aulas de História. Esta ciência se tornou alvo da indiferença, do escárnio e da corrupção ideológica. O público em sua preguiça, arrogância e imaturidade desprezam o conhecimento histórico e o profissional que o explana. A ralé dá muito mais preferência aos sentimentos desnecessários, a futilidades e ao imediatismo. Buscam na internet, através de sites errados, informações incompletas. A triste verdade é que as Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia), algumas Ciências da Natureza (Física, Química e partes da Biologia), com exceção da Matemática (parcialmente) e Programa de Saúde, não atendem ao público, porque é demais para suas primitivas e oligofrênicas mentes, pois não há interesse. Talvez fosse melhor voltar com os Estudos Sociais, Moral & Cívica e O.S.P.B (Organização Social e Política Brasileira – este para o Ensino Médio), em virtude da imaturidade e incapacidade mental da plebe. Como foi explicada a serventia da História agora nos concentremos na analise para quem serve. Segundo os iluministas (pensadores do Séc. XVIII), que iniciaram um movimento de laicização do conhecimento, mas que em um primeiro momento, o conhecimento era dirigido aos burgueses, em virtude de seu destaque social, e aos líderes, que possuíam, ainda, as virtudes e preparos para governar a sociedade – os então, Déspotas Esclarecidos. Devido a esta laicização e, posteriormente, ocorreu a vulgarização do conhecimento. Vulgarizar é levar o conhecimento a todos, porém esta massa não estava disposta a receber o conhecimento histórico. Segundo Confúcio, se faz necessário lapidar os sábios e educar os atrasados. Porém o povo se assenhoreou de tudo, de maneira usurpadora, objetivando os deleites sem herdar as angústias, como nos explicou José Ortega y Gasset, em outras palavras queriam os fins, o prêmio, sem passar pelo processo de conquista. O homem contemporâneo em sua arrogância e fome desejou o poder, satisfação imediata e a riqueza. O povo não conquistou nada, lhes foi concedido, por não conquistar desprezou o que lhe foi dado, depredando o patrimônio cultural. A História para o povo é um bem, uma ciência sem valor. Já nas mãos dos esclarecidos, dos aristocratas e dos dirigentes é uma ferramenta valiosa para compreender e utilizar. Em síntese a História serve aos sábios e aos heróis e sua utilização é para compreender o devir histórico, realizar a Paidéia e manter a civilização.

Para que servem os livros? - Literatura

“Livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são os homens. Livros mudam os Homens” – frase atribuída a Mario Quintana, possível autoria de Caio Graco, estadista romano (Séc. II a.C. ou Séc. II A.E.c.). Cerca de uma década e meia foi ventilado pelos governos a propaganda: “Brasil, um país de leitores”. Isto foi um incentivo para que as pessoas passassem a ler mais, fosse um jornal, uma revista ou um livro, com o objetivo de tornar o povo mais culto, além de tornar a cultura mais acessível ao povo. Embora sempre houvesse uma resistência velada, quase abertamente, por parte do povo, em virtude de seus desinteresses, imaturidades e orgulho em serem medíocres. O pior de tudo é que ocorre um incentivo, por parte de empresários, estadistas e “celebridades” para fazer as pessoas abandonarem o hábito, já escasso, da leitura. Tal abertura trouxe pouco interesse, até porque nas viagens de coletivos e transporte de massas podemos ver poucas pessoas, com livros nas mãos, realizando suas leituras; concentrados até a chegada de seus destinos. Mas...para que servem os livros?O que o brasileiro esta lendo? Qual o tipo de Literatura? Os livros são, justo as grandes invenções, guardiões do conhecimento; alicerces para a formação do pensamento próprio; narradores da epopéia humana; lembretes de nossas tolices e estupidez e, serve, para registrar idéias, para registrar idéias, para que estas jamais se percam. Assim como também nos servem com arautos dos gigantes do passado, de suas vozes, que são ondas divinas da essência (o Inominável – os Devas – O Dharma), que nos inspiram a caminhar na trilha para a Sabedoria. Além de preencher nossas mentes com os saberes, nos momentos de ócio. Ler um livro é um ato civilizatório, como disse uma vez o jornalista Diogo Mainardi, ninguém abre um livro impunemente. Porém, para se adquirir civilização através da leitura, se faz necessário ler os clássicos, pois são estas obras os receptáculos da civilização, sabedoria e valores atemporais. Mas, os brasileiros têm lido livros consumíveis, ou seja, livros de qualidade duvidosa... Perdoem este colunista, honrado (a) leitor (a)... Pois, como afirmava o monge budista do Séc. XIII – Nichirem Shonin – “Não despreze o ouro pro estar contido em uma bolsa imunda”. Porque as pessoas precisam começar por algum lugar, mas sempre deve ler os clássicos. Ninguém pode ficar no trivial e frívolo. Uns dos piores problemas nos livros e dos autores atuais são a falta de qualidade e as apropriações indevidas de alguns autores, que pegam as idéias dos gigantes de antanho, um grande autor, e colocam seus nomes no lugar deles e não faz a referência devida. Lógico que o autor precisa ter uma idéia original, para não ser um repetidor, embora vá se deparar com uma idéia proposta ou pérola de sabedoria de algum sábio ou mestre ascensionado. Por isso os clássicos são e serão eternamente as bases das literaturas e das idéias. São neles que encontramos a qualidade (a primeira necessidade para a formação do pensamento correto) da informação e conhecimento universal. Não importa quantos livros leiamos se não tivermos tempo livre (segunda necessidade) para observarmos, entendermos, investigarmos e raciocinarmos corretamente, sobre a obra lida. Desta forma obteremos o domínio correto das ciências. Porém, não basta lermos e pensarmos se não nos der o direito de agirmos baseados no que aprendemos (terceira necessidade). Sendo assim os livros são os receptáculos do conhecimento, mas para isto devemos ler os clássicos, e servem como pontes para a Paidéia.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Astrologia e Astronomia

Desde tempos imemoriais os homens observavam os céus e seus fenômenos como forma de relação entre suas vidas cotidiana e as divindades, pois para eles havia uma relação entre os ditames celestiais e o seu devir na Terra. Com o decorrer dos tempos surgiram duas formas elevadas de Ciências: A Astrologia e a Astronomia. Ambas com o uso de cálculos matemáticos na observação dos fenômenos, mas a primeira como uma ciência mágica e a outra racional. Através da Astronomia os cientistas podem observar os fenômenos cósmicos, no qual o nosso planeta, e mesmo nós, se insere. Em tempos anteriores os astrônomos agruparam as estrelas, em que o Sol transitava pelo firmamento, em imagens que inspiraram os signos zodiacais, ou seja, as galáxias que o Sol e os planetas passavam nessa órbita, pois mesmo o Sistema Solar esta em movimento constante na Via Láctea. A Astrologia estuda a influência do fenômeno energético sobre o nosso planeta e nossas vidas, outrora os ritmos e movimentos dos céus e da Terra eram contemplados e registrados pelos sacerdotes da Antigüidade, sendo estes homens responsáveis pela Astronomia e Astrologia, analise dos movimentos cósmicos e interpretação dos destinos.
Mais precisamente ambas as ciências estavam juntas e expressavam o anseio da humanidade em extrair do Universo os princípios de lei e ordem e compreender seu verdadeiro lugar neste plano existencial. O uso da Astrologia oferece aspectos substanciais para o autoconhecimento, tipologia e auxílio nas decisões cotidianas. Foram separadas pelo advento da cristandade que execrou todas as formas de divinomâncias e com isso a Astronomia ganhou um lugar de destaque nas Ciências Naturais e a Astrologia foi colocada como uma forma de superstição. Porém pode ser afirmado, nos dias atuais, em que a Ciência busca compreender a espiritualidade e a metafísica que há um novo olhar sobre esta ciência, renegada, e sua importância cotidiana e a Astrologia e a Astronomia se complementam.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Fantasmas na história

Uma análise histórica sobre a crença em fantasmas no período medieval da europa. com base na obra de jean-claude schmitt que trata sobre as relações entre os vivos e os mortos daquele período.


A morte e os mortos constituem universalmente uma parte importante das crenças religiosas e do imaginário social sobre este tema, embora cada sociedade tenha a sua representação própria do além e daqueles que se foram, ou seja, o destino que os aguarda, que sempre povoou as mentalidades dos homens de antanho.

Estas aparições fantasmagóricas concebem uma interpretação sobre as viagens do mundo dos mortos e suas visitas ao mundo dos vivos, que normalmente, os vivos que os vê são antigos conhecidos ainda em vida. O objetivo deste é revelar aos vivos a geografia dos lugares do mundo dos mortos, lugares estes que habitavam o imaginário medieval do Ocidente.Com os relatos sobre fantasmas o historiador é de pronto imerso nos detalhes deste imaginário cristão da Idade Média, trava-se analises com os cruzamentos confusos de caminhos de relações sociais tomadas entre os viventes e os recém mortos que os visitam. Estes relatos de fantasmas focalizam toda a atenção na condição do, então, falecido, que descreve aos viventes a sua situação, muitas vezes, nestas crônicas a existência do fantasma ou espíritos se dá em virtude do decurso do “rito de passagem”, ou seja, a aplicação ou não dos ritos fúnebres. Pode ser citado como exemplo um corpo desaparecido de um afogado que não ganhou sepultura, vítimas de assassinato, suicidas, morte de uma parturiente ou mesmo um natimorto.Pode ser observado desta forma uma herança, ou o peso desta, na sociedade medieval que encontra as reminiscências culturais greco-romanas ou heranças dos bárbaros. Visto que o Cristianismo rejeitou em um primeiro momento o culto dos mortos, como é apresentado em toda a iconografia sobre a Idade Média e suas mentalidades, que permeou muitas épocas. Nos Sécs. V e VI muitos dos rituais pagãos foram cristianizados tendo desta forma uma espécie de “morte domesticada”. Em outras palavras pode se observar que o modus vivendi do homem medieval estava articulado nesta dinâmica entre a idéia de salvação, sufrágio, dos mortos e os seus laços com os vivos de uma sociedade que vivenciava o visível e o invisível com intensidade e normalidade.


Muitas vezes as aparições se davam para transformar a Igreja Católica e legitimar um processo político em andamento, assim como relatava o mundo dos mortos e sua atual situação ou até mesmo anunciar uma morte ou transformação social.

Sendo assim pode ser afirmado que “vivemos em prol dos mortos mais do que dos vivos” e que desta forma as reminiscências de outrora transpassam o tempo e influenciam o agora, principalmente no Culto dos Mortos.


Referências:

SCHIMITT, Jean-Claude, Os Vivos e os Mortos na Sociedade Medieval - Companhia das Letras - São Paulo - S.P.