quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

A importância do estudo da Bíblia.

 

Os estudos sobre a Bíblia estão relacionados com a busca da sabedoria dos ensinamentos de profetas, do Mestre Jesus e de seus discípulos. Tais estudos nos remetam a idéia de uma importância de ler e estudar este Livro Sagrado, que norteia o pensamento dos cristãos. Contudo a Bíblia Sagrada é um livro de sabedoria esotérica, rica em simbolismos e arquétipos, que podem rechear a vida do estudante da Bíblia de ensinamentos secretos.

A Bíblia Sagrada se originou de uma natureza de oralidade que passou para uma tradição registrada em manuscritos de pergaminhos, alguns proponentes da Bíblia afirmam que esta se originou de uma revelação que testifica as noções populares de que a linguagem humana é inadequada para falar sobre Deus. Entretanto o Padre Geoffrey Hodson atesta que os registros da Bíblia são revelações de ensinos ocultos e de símbolos de uma sabedoria esotérica, que os iniciados nestes mistérios adentram a fim de obter as lições emitidas neste conjunto de livros que compõe a Bíblia Sagrada.

Alguns argumentam que a Bíblia fala numa linguagem que produz vívidas imagens na mente do leitor. Contudo, esta é somente uma descrição da reação de alguns leitores; outros podem não responder do mesmo modo às mesmas passagens, embora eles possam captar a mesma informação delas. Assim, isso não conta contra o uso de palavras como a melhor forma de comunicação teológica. Desta forma podemos notar que alguns leitores têm uma compreensão literal da Bíblia, não absorvendo o seu conteúdo oculto e hermético de seus ensinamentos.

A introdução aos estudos da Bíblia nos serve para nos conduzir, tanto o estudante iniciante como qualquer outra pessoa de inteligência analítica, que deseje se aprofundar em alguns dos fundamentos deste campo espiritual. Porém, longe de ser um estudo exaustivo, este estudo segue um caminho selecionado para assegurar aos alunos um bom começo. Os estudos bíblicos tentam fornecer uma visão pormenorizada e cronológica de o que é a Bíblia, assim como o que ela trata, áreas da história e do conhecimento hermético da sabedoria. Porém, a iniciação aos estudos oferece uma orientação mais branda a fim de conduzir uma disciplina inicial das escrituras cristãs. Tal estudo é uma obra progressiva que hoje se mostra uma tarefa para a vida toda em virtude de ser uma pesquisa constante a fim de revelar a sabedoria que se encontra escondida em suas páginas e uma inserção a prática de tamanha sabedoria.

O conteúdo da Escritura consiste de todo o Antigo e Novo Testamento, sessenta e seis documentos no total, funcionando como um todo orgânico. Contudo, existem documentos que foram retirados da Bíblia devido ao Concílio de Nicéia que excluiu no intuito de organizar, mas também de excluir os ensinamentos de caráter mais esotéricos e de uma tentativa de construir uma igreja mais voltada à construção de um Jesus mais mítico e histórico e de ensinamentos de mais fácil entendimento e exotéricos, levando a um entendimento literal dos Escritos, atendendo, desta forma a um público de inteligência rasa.

Mas para o estudante da Bíblia, que a toma a sério, observa através de um estudo comparado e de uma meditação profunda, cuja intenção é se desvencilhar dos véus da superficialidade e se aprofundar nos ensinamentos mais profundos do Mestre Jesus, o Cristo, a fim de alcançar o estado crístico em todos os seres humanos, como nos afirma São Paulo:

“até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da estatura da plenitude de Cristo.”

(Efésios 4:13 – Bíblia King James)

Desta forma os ensinamentos de Jesus nos instiga a alcançarmos o mesmo estado de espírito elevado que o dele. Lembrando que Jesus veio ao mundo com uma carga dobrada de espírito, pois ele foi o receptáculo do Cristo, que é a Consciência Cósmica do Deus-Filho. Muitos de seus ensinamentos, desde os mais esotéricos aos mais exotéricos, são de inspiração moral, a fim de levar os seres humanos ao caminho da retidão, que por sua vez nos levará a iluminação, ou seja, abandonar o apego ao mundo material, que nos oprime.

Entretanto, o estudo bíblico deve ser acompanhado de prática dos ensinos de Jesus, o Cristo, e de uma vida de retidão moral para não cair em uma retórica vazia e de um intelectualismo barato. Pois, segundo Raul Branco o que diferencia o cristão do budista é a ausência de uma prática, pois o cristão é um fiel, diferente do budista que se compromete com a prática dos ensinamentos. Sendo assim, o cristão tem uma prática mais passiva do que o budista.

Conforme foi dito pelo Padre Geoffrey Hodson cada parábola e versículo da Bíblia Sagrada nos remete a conhecimentos mais ocultos em suas linguagens e tais ensinos nos remetem a uma prática moral e uma busca por uma ascensão de união com Deus através do despertar do Cristo em cada um dos corações humanos.

Portanto, o estudo da Bíblia deve ser minucioso, porém não de forma literal, a fim de lermos os ensinamentos simbólicos contidos nesta coletânea de livros que formam a Bíblia Sagrada e nos engajarmos em tais ensinamentos para alcançarmos a Glória da união com Deus e da libertação da Roda de Samsara.

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