sábado, 14 de setembro de 2013

A Proto-história e o homem primitivo.

Este artigo tem o objetivo de contestar o termo Pré-história e as duas alternativas relacionadas ao surgimento do homem como protagonista da história em um período perdido, mas que deixou pista para a formação das Primeiras Histórias.
O termo “Pré-História” cunhado pela escola francesa de História precisa ser substituído pelo termo “Proto-História”, pois o primeiro termo significa antes da História, este termo foi criado no Séc. XIX e serviu para contar e dividir sobre o período anterior ao “surgimento da escrita”, porém, nós historiadores precisamos rever nossa posição sobre este termo. Este termo foi utilizado em detrimento da “falta de documentos” que serviriam como registros de uma época em que surgiu a humanidade ou lançou seus primeiros passos na História da terra. Mas, graças ao avanço da História como ciência, suas incansáveis investigações e suas abordagens auxiliadas pelas outras ciências, principalmente a Arqueologia, a Paleontologia, a História Cultural, a Psicologia e outras ciências e ferramentas podemos rever e abordar este período em que os homens tiveram suas ações registradas em artefatos, fósseis e registros pictográficos nas paredes de cavernas. Com isso a História pode através da abordagem cultural e arqueológica evidenciar os passos dos homens em um período anterior a formação de algumas vilas e cidades.
Sendo assim, o termo correto seria Proto-história, ou seja, primeiras histórias, pois se faz justo a evidência das ações destes homens arcaicos , através destas análises e se faz justiça ao termo Proto-história, visto que são as primeiras histórias sabidas e aceitas por nós homens contemporâneos, pois ao mesmo tempo em que alguns povos eram primitivos outros estavam em estado mais avançados, como no caso dos egípcios, chineses, sumérios e ameríndios imperiais (astecas, maias, olmecas, toltecas e incas). Porém, uma discussão que torna acalorada os debates são as teorias relacionadas ao surgimento do Homem. Tais discussões e propostas gravitam em torno de duas alternativas: o Evolucionismo e o Criacionismo. Estas duas vertentes buscam formas de explicação sobre o fenômeno Homem no Planeta e seu papel como agente histórico.
Segundo um dialogo com a Professora Eneida Carnaval, que colaborou com a formação deste presente artigo, através de um dialogo sobre as duas vertentes. Afirma que o Criacionismo é uma teoria que serve de base mitológica a fim de trazer conforto aos homens que se dispuseram a crer nesta teoria. O Evolucionismo, de acordo com a Professora Eneida, aponta o processo de evolução do ser humano de Homo Sapiens para Homo Sapiens Sapiens e os procedimentos em transformar a natureza e se relacionar com ela, navegando em seu processo civilizatório. Para complementarmos esta observação se faz necessário apresentar os prós e contras de cada teoria visto que o Evolucionismo e o Criacionismo apresentam incoerências em suas formas de apresentação.
O Criacionismo foi uma forma de explicar o surgimento do homem neste planeta, sem dar a outra opinião, nos primeiros momentos foi por imposição dos homens daquelas épocas, mas por uma ausência de prática de questionamento. Em outro momento foi por imposição do pensamento Criacionista que utilizou pressões, escárnios e métodos escusos a fim de se legitimar como “verdade única”. Porém o Criacionismo não possui bases científicas, ou seja, a praxis e a investigação comparativa, portanto se torna uma visão de mundo, não podendo se apresentar como ciência e nem como “verdade absoluta e incontestável”, pois não possue indicações para se legitimar e não é comprovada cientificamente, mas utiliza-se da fé, muitas das vezes do fanatismo, e que utiliza os argumentos ferozes frente as recentes descobertas da ciência que se aproximam de alguma crença religiosa, mas que ainda assim não verdades, porém pistas mitológicas.
O Evolucionismo foi outra forma de explicar a origem das espécies e suas capacidades de mudança frente a Natureza, que não são aceitos em virtude do imediatismo dos homens comuns, do pensamento fanático e do argumento que a Ciência, mesmo através das investigações e comprovações, não é uma verdade absoluto, em virtude das constantes descobertas e redescobertas da ciência. Em virtude de uma falha de interpretação dos seguidores de Darwin , ocorreu a afirmativa que o homem veio de uma espécie de macaco, Porém não foi achado o elo entre o homem e o macaco. Segundo alguns biólogos o homem e o macaco tomaram rumos diferentes nas suas evoluções como espécies. Os fósseis de homens antigos, dos períodos paleolítico, paleolítico superior e neolítico, indicam uma forma de homens primitivos, ou seja, homens que estavam em um estagio de vida rudimentar e adaptado às intempéries selvagens do mundo, como nos mostram o homens de Neanderthal, os Homo florensiensis ( Homem de flores - o Hobbit) e os Homens de Cro- Magnon. Assim como a vida vem da vida, ou seja, a vida é matéria-prima para a própria vida, o homem vem do próprio homem, mais precisamente do homem primitivo. Porém o digno leitor irá lançar a pergunta: “e de onde veio o homem primitivo?” Assim como o homem veio do homem primitivo, este, por seu turno, teria vindo do homem avançado que teria entrado em processo de decadência, como nos contam as lendas indígenas, entre elas a dos índios Hopi , em que as iniciações de um Shaman consistia em se retirar da tribo e viver isoladamente na floresta, desta forma ele perde seu contato com a civilização e se torna selvagem a fim de entrar em sintonia maior com a Natureza e os espíritos contidos nela. Outra comparação que precisa ser feita é a de um naufrago que para se adaptar a ilha perde sua civilização e vive de forma rudimentar.
Logicamente que esta seria uma terceira opção para que possa se analisar referente a origem do homem e relacioná-lo com a Proto-História, pois o homem primitivo foi o protagonista junto a Natureza e seus ciclos na existência e construção do processo civilizatório na História dos Homens e do Mundo. * Este artigo foi construído com a colaboração da Professora e historiadora Eneida Carnaval.

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