quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sobre o Karma.

Uma breve explicação sobre o Karma e sua função. “Eu sou o resultado de meus próprios atos, herdeiro de meus próprios atos...” - Frase atribída ao Buddha Shakyamuni.
Quando nos referimos sobre um fenômeno negativo que ocorre conosco ou com outrem, afirmamos que é o Karma. Porém, o dizemos de forma leviana e sem conhecimento sobro o Karma, sobre a pessoa e sobre as mentes que observam este acontecimento, ou seja, a nossa e a dela. A palavra Karma vem do sânscrito e significa ação, que gera uma reação (efeito). Desta forma, toda ação independente de ser boa ou ruim tem uma conseqüência importante, mas para isto devemos nos ater as ações . Segundo uma frase do filme “Could Atlas”: “Nossas vidas não nos pertencem e elas estão ligadas uma as outras, pois do útero ao túmulo, todo crime e todo ato de bondade gera o nosso futuro” . Através desta frase podemos observar que tudo o que fazemos retorna a nós em algum momento mais propício. Assim, sendo criamos Karma, positivo ou negativo ou neutro, o tempo todo, dependendo da intenção que colocamos e da forma que observamos, pois o Karma é uma forma pedagógica, pois o Karma negativo nos mostra a dor como resultado de nossos atos. Segundo o Buddha Shakyamuni: “A dor é veículo da consciência e sinal de alguma transgressão cometida contra o Dharma”
E é através da dor que contemplamos o(s) erro(s) e buscamos realizar ações retas a fim de retornarmos ao Dharma. Desta forma transformamos o Karma em Dharma, ou seja, amenizamos (diluímos) os efeitos karmicos, e assim não nos identificamos com a dor. Os karmas positivos são méritos coletados pelas ações benfazejas e altruísticas, mas que devemos nos desapegar, pois podem nos desviar dos caminhos dharmicos. Porém, o karma positivo nos leva a auto-realização. Os karmas neutros são ações justas, desapegadas e feitas por dever que nos direcionam ao Dharma, através do sentimento de dever cumprido e da vocação e com isso alcançamos o Nirvana.
A manifestação do Karma ocorre em virtude das condições favoráveis, ou seja, os fatores que surgem . Mas, ao contrário do que se pensa a manifestação do Karma não é um castigo e nem depende exclusivamente de uma divindade irada e vingativa, pois são ações realizadas por nós e estas ficam guardadas na nossa Alaya-Vijnana (8ª consciência – Armazém da Consciência), um nível de consciência ligada à memória cósmica e que guardam as ações e fenômenos a fim de gestá-los para a ocorrência dos efeitos mediante a manifestação das condições necessárias para eclodí-las . A História neste momento, em conjunto com a meditação, é utilizada como uma ferramenta, não só para nos situar no tempo, mas como uma memória a fim de não repetirmos os mesmos erros e curar o passado através do arrependimento, do perdão, meditação e ações retas para diluir e amenizar o efeito . Sendo assim o Karma se transforma em missão, principalmente, quando aceitamos alguma responsabilidade altruísta – o Caminho do Bodhisatva – e construir uma sociedade virtuosa (aristocrática) e liberta dos grilhões de Maya (ilusão) no intuito de conduzir os homens ao Nirvana .
Mas qual é o Karma do povo brasileiro? Desde de 1889, o Brasil perdeu o seu processo civilizatório, iniciado no período imperial e foi interrompido com o golpe de Estado conhecido como “Proclamação da República”, pois a ingratidão se tornou intrínseca na essência do povo brasileiro, que se tornou uma nação de bárbaros. Pois, este povo precisa retomar seu processo civilizatório, os valores éticos, morais e honrados a fim de diluir o Karma coletivo e rumar a felicidade e a auto-realização, ou seja, retornar ao Dharma coletivo nacional como nação civilizada .

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